São Paulo, domingo, 01 de agosto de 2010

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Areia é mais suja do que a água no litoral de SP

Estudo feito pela Cetesb em 8 praias reprovou a areia em todos os testes

Contaminação vem do mar, de córregos e rios que terminam na orla e até da chuva que lava as ruas e chega às praias

JOSÉ ERNESTO CREDENDIO
DE BRASÍLIA

A qualidade do mar das praias do litoral de São Paulo vem melhorando, aponta estudo da Cetesb (agência ambiental do Estado). Mas não adianta fugir da água e ficar na areia para tentar se ver livre de microrganismos que provocam doenças.
É que o levantamento realizado no ano passado em oito praias do litoral norte e da Baixada Santista inclui testes também na areia, que foi "reprovada" em todos.
A contaminação da areia tem origem na própria água do mar, nos rios e córregos que desembocam na orla, no lixo e na chuva que lava as ruas e chega às praias.
A Cetesb escolheu para o estudo praias muito frequentadas, como Pitangueiras (Guarujá), muito sujas, como Gonzaguinha (São Vicente), e também mais distantes da cidade e limpas, caso do Sino, em Ilhabela e do Tenório, em Ubatuba.
Embora não exista um padrão máximo de, por exemplo, coliformes na areia, em todos os testes a água tinha menores concentrações de micro-organismos nocivos.
O resultado colhido neste ano repete estudos realizados 11 anos atrás, mas foram avaliados pontos diferentes e em outros períodos do ano, o que impede uma comparação precisa.
O padrão não existe porque, segundo a Cetesb, não há estudos epidemiológicos que façam uma relação entre o grau de contaminação da areia e doenças.
Outra conclusão que pode fugir ao senso comum de quem frequenta praias: é mais fácil entrar em contato com essas bactérias na área seca do que na úmida.
Ou seja, também não adianta procurar a parte seca, é preciso, quase sempre, se proteger e tomar banho depois de sair da praia, aconselha a bióloga Claudia Lamparelli, do setor de águas litorâneas da Cetesb.
"É claro que é mais fácil se contaminar dentro do mar, porque a pessoa pode beber a água. Mas com crianças, principalmente, é preciso ter mais cuidado", diz Claudia.
A areia esteve sempre contaminada mesmo em Pitangueiras, onde o mar era próprio para banho o ano todo em 2009, como no Indaiá, em Caraguatatuba, que ficou proibida por 19 semanas.
Foi a avaliada a concentração de coliformes termotolerantes, uma bactéria proveniente de fezes, a "Escherichia coli" e os enterococos.
Na comparação entre amostras colhidas no verão e no inverno, o estudo revela que a presença dos micro-organismos variou pouco.
Segundo Claudia, a areia seca fica mais suja do que a úmida porque, onde o mar avança sobre a praia, existe uma lavagem natural.


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