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Areia é mais suja do que a água no litoral de SP
Estudo feito pela Cetesb em 8 praias reprovou a areia em todos os testes
Contaminação vem do mar, de córregos e rios que terminam na orla e até da chuva que lava as ruas e chega às praias
JOSÉ ERNESTO CREDENDIO
DE BRASÍLIA
A qualidade do mar das
praias do litoral de São Paulo
vem melhorando, aponta estudo da Cetesb (agência ambiental do Estado). Mas não
adianta fugir da água e ficar
na areia para tentar se ver livre de microrganismos que
provocam doenças.
É que o levantamento realizado no ano passado em oito praias do litoral norte e da
Baixada Santista inclui testes
também na areia, que foi "reprovada" em todos.
A contaminação da areia
tem origem na própria água
do mar, nos rios e córregos
que desembocam na orla, no
lixo e na chuva que lava as
ruas e chega às praias.
A Cetesb escolheu para o
estudo praias muito frequentadas, como Pitangueiras
(Guarujá), muito sujas, como
Gonzaguinha (São Vicente),
e também mais distantes da
cidade e limpas, caso do Sino, em Ilhabela e do Tenório,
em Ubatuba.
Embora não exista um padrão máximo de, por exemplo, coliformes na areia, em
todos os testes a água tinha
menores concentrações de
micro-organismos nocivos.
O resultado colhido neste
ano repete estudos realizados 11 anos atrás, mas foram
avaliados pontos diferentes e
em outros períodos do ano, o
que impede uma comparação precisa.
O padrão não existe porque, segundo a Cetesb, não
há estudos epidemiológicos
que façam uma relação entre
o grau de contaminação da
areia e doenças.
Outra conclusão que pode
fugir ao senso comum de
quem frequenta praias: é
mais fácil entrar em contato
com essas bactérias na área
seca do que na úmida.
Ou seja, também não
adianta procurar a parte seca, é preciso, quase sempre,
se proteger e tomar banho
depois de sair da praia, aconselha a bióloga Claudia Lamparelli, do setor de águas litorâneas da Cetesb.
"É claro que é mais fácil se
contaminar dentro do mar,
porque a pessoa pode beber a
água. Mas com crianças,
principalmente, é preciso ter
mais cuidado", diz Claudia.
A areia esteve sempre contaminada mesmo em Pitangueiras, onde o mar era próprio para banho o ano todo
em 2009, como no Indaiá, em
Caraguatatuba, que ficou
proibida por 19 semanas.
Foi a avaliada a concentração de coliformes termotolerantes, uma bactéria proveniente de fezes, a "Escherichia coli" e os enterococos.
Na comparação entre
amostras colhidas no verão e
no inverno, o estudo revela
que a presença dos micro-organismos variou pouco.
Segundo Claudia, a areia
seca fica mais suja do que a
úmida porque, onde o mar
avança sobre a praia, existe
uma lavagem natural.
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