São Paulo, sábado, 01 de setembro de 2007

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Cabral ajudou Supervia a negociar dívida

PEDRO SOARES
DA SUCURSAL DO RIO

LUISA BELCHIOR
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA, NO RIO

Controlada por fundos de investimento estrangeiros, a Supervia opera desde 1998 a concessão da malha ferroviária urbana na região metropolitana do Rio. Nunca obteve lucro. No ano passado, empatou os resultados.
Os problemas surgiram já no início das atividades graças à superavaliação da demanda de passageiros feita pelo consórcio.
Inicialmente, a companhia tinha como meta transportar 1,5 milhão de passageiros por dia -volume nunca alcançado quando a malha era estatal; no melhor ano, 1987, chegou a 900 mil, antes do sucateamento da rede.
Neste ano, se as previsões se confirmarem, a Supervia transportará 450 mil passageiros/dia, o que lhe permitirá registrar o primeiro lucro de sua história. A empresa estima um resultado operacional positivo de R$ 14 milhões.
Para o presidente da Supervia, Amin Alves Murad, ações cíveis e trabalhistas a impedem de ter resultados positivos e fazer investimentos. "Temos ações anteriores a 1998, mas, mesmo assim, a Justiça retira as indenizações do nosso caixa. Isso impede que busquemos recursos."
As dificuldades de caixa fizeram a Supervia acumular dívida de R$ 169 milhões com a distribuidora Light, que só foi renegociada neste ano graças à intervenção do governador Sérgio Cabral Filho.
Ainda assim, a companhia informa que investiu R$ 390 milhões desde 1998. A concessão foi arrematada por R$ 280 milhões, dos quais R$ 250 milhões tinham de ir obrigatoriamente para investimentos. O restante ficou com o Estado.
Com a derrocada da Rede Ferroviária Federal nos anos 90, a malha urbana de passageiros foi transferida para a estatal Flumitrens. Depois de sucessivos aportes, o Estado decidiu leiloar a concessão.
O controle da Supervia é bastante pulverizado e complexo. Todas as ações são de propriedade da Rio Trens Participações, que, por sua vez, é controlada em 100% do capital por três sócios: os fundos de investimento estrangeiros Rio Rail Partners, Electra International Brazil e Rio Trens Fund.
A Supervia não informou as participações de cada um nem a composição societária dos fundos. O capital social é de R$ 243,495 milhões.

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