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Cabral ajudou Supervia a negociar dívida
PEDRO SOARES
DA SUCURSAL DO RIO
LUISA BELCHIOR
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA, NO RIO
Controlada por fundos
de investimento estrangeiros, a Supervia opera
desde 1998 a concessão da
malha ferroviária urbana
na região metropolitana
do Rio. Nunca obteve lucro. No ano passado, empatou os resultados.
Os problemas surgiram
já no início das atividades
graças à superavaliação da
demanda de passageiros
feita pelo consórcio.
Inicialmente, a companhia tinha como meta
transportar 1,5 milhão de
passageiros por dia -volume nunca alcançado
quando a malha era estatal; no melhor ano, 1987,
chegou a 900 mil, antes do
sucateamento da rede.
Neste ano, se as previsões se confirmarem, a Supervia transportará 450
mil passageiros/dia, o que
lhe permitirá registrar o
primeiro lucro de sua história. A empresa estima
um resultado operacional
positivo de R$ 14 milhões.
Para o presidente da Supervia, Amin Alves Murad,
ações cíveis e trabalhistas
a impedem de ter resultados positivos e fazer investimentos. "Temos ações
anteriores a 1998, mas,
mesmo assim, a Justiça retira as indenizações do
nosso caixa. Isso impede
que busquemos recursos."
As dificuldades de caixa
fizeram a Supervia acumular dívida de R$ 169 milhões com a distribuidora
Light, que só foi renegociada neste ano graças à
intervenção do governador Sérgio Cabral Filho.
Ainda assim, a companhia informa que investiu
R$ 390 milhões desde
1998. A concessão foi arrematada por R$ 280 milhões, dos quais R$ 250
milhões tinham de ir obrigatoriamente para investimentos. O restante ficou
com o Estado.
Com a derrocada da Rede Ferroviária Federal nos
anos 90, a malha urbana
de passageiros foi transferida para a estatal Flumitrens. Depois de sucessivos aportes, o Estado decidiu leiloar a concessão.
O controle da Supervia é
bastante pulverizado e
complexo. Todas as ações
são de propriedade da Rio
Trens Participações, que,
por sua vez, é controlada
em 100% do capital por
três sócios: os fundos de
investimento estrangeiros
Rio Rail Partners, Electra
International Brazil e Rio
Trens Fund.
A Supervia não informou as participações de
cada um nem a composição societária dos fundos.
O capital social é de R$
243,495 milhões.
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