São Paulo, segunda-feira, 01 de setembro de 2008

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IRACY GAZE DURAN (1930-2008)

Caldeirão espanhol, português e italiano

ESTÊVÃO BERTONI
DA REPORTAGEM LOCAL

Para aquelas três famílias, todos os caminhos levaram à Vila Mariana, na zona sul de São Paulo. Os Gazze, italianos, desviaram-se de Roma e acabaram desembarcando em terras brasileiras. Os Duran e os Rodrigues, espanhóis e portugueses, respectivamente, redescobriram a América. E misturaram-se todos numa família só, no bairro paulistano.
Para a menina Iracy Gaze Duran, filha de imigrantes portugueses e italianos, não foi diferente. No final dos anos 40, então funcionária de uma confecção, encantou-se pelo chefe, e o chefe, Paulo Duran, da linhagem dos espanhóis, encantou-se por ela. Casaram-se, apesar da diferença de idade: ele estava com 3 1, ela, com 18.
Dos 53 anos que durou a união, nasceram dois filhos, educados rigidamente pela mãe. "Do meu pai, nunca apanhei, mas a minha mãe era muito severa", diz Francisco, o filho que se tornou engenheiro -o outro, formado administrador, tocou os negócios do pai.
Havia abandonado o trabalho, mas as roupas dos filhos, era ela quem fazia. Vez ou outra, o marido recebia encomenda de ternos, e o casal trabalhava duramente na peça, como nos velhos tempos da confecção. Em 2002, ficou sozinha quando o marido morreu, até que um dos filhos voltou a morar com ela.
Iracy morreu no dia 24, em conseqüência de problemas cardíacos, aos 78 anos, em São Paulo. Deixou dois filhos e seis netos.

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