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737 mil universitários cursam escolas ruins
País tem 4,8 milhões de alunos no ensino superior; entre 2007 e 2008 aumentou número de instituições reprovadas pelo MEC
Em 2008, 36% das escolas (universidades, faculdades e centros universitários) estavam inadequadas (588); eram 31% em 2007 (454)
Adriano Vizoni/Folha Imagem
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Aula na Unifesp, em SP, que lidera ranking do Ministério da Educação das melhores universidades
FÁBIO TAKAHASHI
DA REPORTAGEM LOCAL
LARISSA GUIMARÃES
ANGELA PINHO
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Dados divulgados ontem pelo Ministério da Educação
mostram que aumentou o número de instituições de ensino
superior reprovadas no país
-que obtiveram notas 1 e 2 em
uma escala que vai até 5.
Em 2008, 36% das escolas
(universidades, faculdades e
centros universitários) estavam inadequadas (588). Eram
31% no ano anterior (454).
Com isso, há atualmente 737
mil universitários estudando
em estabelecimentos reprovados -25% a mais que na avaliação do ano anterior (levantamento feito com base no último
censo universitário).
O número supera todos os
universitários do Rio de Janeiro (490 mil ) e Santa Catarina
(202 mil) somados. O país tem
4,8 milhões de matriculados.
A avaliação do MEC é feita
com base num indicador chamado IGC (Índice Geral de
Cursos), que considera fatores
como desempenho dos universitários em uma prova (Enade),
qualificação dos professores
(número de doutores) e a nota
da pós-graduação, entre outros.
Divulgado pela segunda vez,
esse índice é utilizado pelo
MEC para decidir quais instituições devem sofrer maior fiscalização e restrições para a
abertura de vagas.
Federais se destacam
A análise dos dados permite
importantes conclusões: a) os
piores desempenhos são das
instituições privadas (39% receberam notas 1 e 2) e municipais (51%); b) as federais se destacam (52% levaram 4 ou 5).
USP e Unicamp não participaram da avaliação por discordarem da metodologia -são as
únicas ausentes.
As sete maiores notas foram
de faculdades pequenas (até
três cursos). Segundo pesquisadores, elas têm a vantagem de
poder focar investimentos em
poucos estudantes. Por outro
lado, os alunos perdem o contato com outras áreas, o que é
possível nas universidades.
A escola de economia e finanças da FGV do Rio foi a faculdade mais bem avaliada do país.
Entre as universidades, a Unifesp obteve a melhor nota.
O MEC diz não ser adequado
comparar instituições com tamanhos tão diferentes. Por isso, divulga as notas em três blocos (universidades, centros
universitários e faculdades).
Para o professor da Unesp
João Cardoso Palma Filho,
membro do Conselho Estadual
de Educação, o MEC deveria
controlar a abertura de vagas,
para evitar que os estudantes
entrem em instituições ruins.
"O aluno é enganado. Faz um
curso de baixa qualidade e, geralmente, em cursos em que já
há saturação no mercado", disse Palma. "Só deveriam ser autorizadas vagas em instituições
que comprovassem qualidade
de corpo docente e infraestrutura. E em áreas com demanda
no mercado de trabalho."
Já o presidente do sindicato
das universidades particulares
de SP, Hermes Figueiredo, contesta o indicador. "Dá muito
peso à prova. O aluno pode chutar e responder qualquer coisa
no questionário socioeconômico [dois fatores considerados]."
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