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TURISMO SEXUAL
Prostitutas reconheceram acusado em fotos
Deputado do DF estava em iate com menores de idade, dizem mulheres
KÁTIA BRASIL
DA AGÊNCIA FOLHA, EM MANAUS
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O deputado distrital Benício Tavares Melo (PMDB), presidente
da Assembléia Legislativa do Distrito Federal, foi reconhecido por
sete mulheres no inquérito que
apura nova rota de prostituição,
com a participação de menores,
entre Manaus e Barcelos (AM).
Ontem, três delas depuseram.
Melo foi identificado em fotografias e, segundo as mulheres,
pagou por programas sexuais no
iate Amazônia. "Benício era um
dos organizadores do passeio e
fez programa com várias garotas", disse uma jovem de 21 anos.
A polícia chegou ao nome do
deputado durante a investigação
do naufrágio da embarcação
Princesa Laura, em 19 de setembro. No acidente, cinco mulheres
morreram. Elas voltavam de uma
viagem em um iate de luxo, onde
foram pagas para participar de
um programa com 15 empresários e políticos de São Paulo e de
Brasília, segundo a polícia. No dia
17, elas embarcaram com mais 12
mulheres, na maioria menores.
A delegada Graça Silva vai requisitar novo depoimento da autônoma Dilcilane de Albuquerque Amorim -indiciada por favorecimento à prostituição-,
que negou ter recebido cheque de
R$ 940 de um empresário paulista
por conseguir 17 garotas. A delegada disse que as garotas dão versões semelhantes apontando Dilcilane como aliciadora. A advogada Maria Goreth Terças de Oliveira disse que a autônoma saiu de
Manaus por temer represálias.
Outro lado
A Assembléia Legislativa do
Distrito Federal recebeu ontem o
pedido de licenciamento do deputado Tavares, que ficará afastado por 15 dias a partir de segunda.
O deputado diz que foi ao Amazonas praticar pesca esportiva.
Segundo sua assessoria, ele não
sabia que havia prostitutas a bordo e, quando percebeu o que
ocorreria, somada ao fato de serem menores, repudiou o ato dos
colegas e tentou dissuadi-los. Sem
resultado, o político teria pego um
barco para ir embora.
Segundo o advogado de Tavares, João Goyas, os depoimentos
estão "cheios" de contradições. A
transcrição de um deles afirma
que Tavares "andava pelo barco"
com "mala de dinheiro nas
mãos". Segundo Goyas, porém, o
parlamentar não tem movimento
das pernas, vive em cadeira de rodas e o barco não era adaptado.
O advogado também alega que
o dono da embarcação não foi ouvido, o que poderia esclarecer que
Tavares foi contra o embarque
das garotas de programa. "O deputado está mais para testemunha do que para réu."
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