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SAÚDE/ PNEUMOLOGIA
Brasil é um dos países com mais asma entre jovens
Segundo estudo, em São Paulo, taxa em crianças e adolescentes fica entre 20% e 25%
Regiões oeste e sul paulistanas apresentam grandes diferenças; para especialistas, poluição pode ser a justificativa
CONSTANÇA TATSCH
DA REPORTAGEM LOCAL
O Brasil é um dos países em
todo o mundo onde mais crianças e adolescentes têm asma.
Ao lado de EUA, Reino Unido e
Austrália, o país aparece com
taxa de prevalência de cerca de
20%, segundo novos dados do
Isaac, estudo mundial sobre
doenças alérgicas nas crianças.
Os especialistas não conseguem apontar uma explicação
para isso, embora o ácaro, um
dos principais causadores de
alergias, seja comum em lugares quentes e úmidos. A herança genética também seria uma
das causas.
De acordo com Dirceu Solé,
pediatra da Unifesp e coordenador nacional do estudo, os
dados mostram maior prevalência da asma na região Nordeste. Ele diz ainda que a tendência da asma, após anos de
aumento, é de estabilidade.
Os dados coletados para o
Isaac em duas regiões de São
Paulo chamam a atenção. Entre crianças de seis e ste anos,
31,2% tinham prevalência de
asma na zona oeste, contra
24,4% na sul. Entre adolescentes de 13 e 14 anos, 21,9% na zona oeste, contra 18,7% na sul.
A poluição é apontada pelos
médicos como provável responsável por essas diferenças.
"A região oeste, que eu pesquisei, é cortada por duas rodovias,
a Régis Bittencourt e a Raposo
Tavares, e ainda tem a marginal. O fluxo de automóveis e caminhões é grande, é uma das
regiões mais poluídas. A hipótese é que o resultado esteja relacionado aos altos índices de
poluição", diz Antonio Carlos
Pastorino, pediatra do Hospital
Sírio-Libanês que pesquisou
mais de 6.000 jovens.
Inflamação
A asma, quarta causa de internação pelo SUS, é uma inflamação crônica das vias aéreas.
O asmático tem uma resposta
exagerada a certos estímulos.
Ao entrar em contato com um
deles, começa a ter uma crise. A
musculatura de brônquios e
bronquíolos se contrai, aumenta a espessura da mucosa e a
produção de muco.
Com o estreitamento, a passagem do ar fica mais difícil. O
paciente tosse, e quando o ar
passa pelos pulmões, produz
um chiado. Em casos graves, o
asmático precisa ser hospitalizado. Como a doença é reversível, depois que uma crise é controlada, a pessoa fica bem.
Um dos principais fatores desencadeadores é a alergia. Pólen, poeira, ácaros, restos de barata e pêlos de animais são causas comuns. A fumaça de cigarro, a poluição, as mudanças de
temperatura e clima, e os exercícios também podem atacar o
sistema respiratório já sensível,
além de aspectos emocionais
como nervosismo, irritação,
ansiedade e estresse.
O controle ambiental, ou seja, o cuidado com esses estímulos, associado à medicação costuma ser suficiente para que os
asmáticos tenham vida normal,
podendo até mesmo ser atletas.
A medicação é dividida em remédios de controle e de alívio,
para crises, sendo feita por via
inalatória -bombinha ou pó.
"Esse controle ambiental vale para todos. Não fumar, não
ter bicho de pelúcia, evitar que
animais entrem nos quartos,
evita que se desenvolva asma",
afirma Ciro Kirchenchtejn,
pneumologista da Unifesp.
A asma é mais grave em
crianças em razão do calibre da
via aérea. Outro momento comum para o surgimento da asma é entre os 40 e 50 anos.
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