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Kassab prevê Orçamento otimista para 2010
Projeto estabelece que prefeitura irá arrecadar R$ 28,1 bilhões no ano que vem, valor considerado superestimado pela oposição
Previsão do prefeito supera em 13,8% o quanto os técnicos da própria administração dizem que vão arrecadar neste ano
DA REPORTAGEM LOCAL
O prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab (DEM), enviou no
início da noite de ontem à Câmara Municipal um Orçamento otimista para o próximo ano.
O valor previsto supera em
13,8% o quanto sua gestão diz
que vai arrecadar neste ano.
Oficialmente, Kassab afirma
que os cofres da cidade terão à
disposição R$ 28,1 bilhões no
ano que vem, valor considerado
superestimado pela oposição.
O Orçamento municipal é
autorizativo, ou seja, o prefeito
diz o quanto vai arrecadar, separa a verba por setores, mas
não tem necessariamente de
gastar tudo o que projetou. Se
arrecadar menos, por exemplo,
basta congelar parte da peça.
Foi o que aconteceu com o
Orçamento deste ano. Durante
a campanha do ano passado, na
qual garantiu a sua reeleição, o
prefeito enviou aos vereadores
uma peça de R$ 29,4 bilhões.
Passada a disputa, orientou
sua base aliada a aprovar um
valor menor, de R$ 27,5 bilhões. Durante este ano, com o
argumento de que a crise mundial afetou muito a arrecadação, congelou as verbas.
Anteontem, técnicos da Secretaria Municipal de Finanças
estiveram na Câmara e afirmaram que o Orçamento a ser realizado neste ano deve atingir,
no máximo, R$ 24,7 bilhões.
Os R$ 28,1 bilhões que o prefeito espera arrecadar, portanto, estão 13,8% acima do que
deve ser realizado neste ano.
A economia do país, segundo
o boletim Focus, do Banco Central, vai crescer 4,5% em 2010.
A nota oficial divulgada no
início da noite de ontem pelo
gabinete de Kassab ignora os
congelamentos deste ano.
Afirma que "em comparação
com o Orçamento aprovado em
2009 [de R$ 27,5 bilhões], a receita para o ano que vem tem
uma estimativa de crescimento
pouco superior a 2%".
Mas a nota menciona a arrecadação deste ano, que mantém-se nos mesmos patamares
da de 2008. "Após queda próxima a 8% em janeiro e de quase
2% em fevereiro, a arrecadação
cresceu em março, mas manteve-se próxima de 0% de crescimento nos meses seguintes",
afirma o texto oficial.
"As áreas de educação e saúde foram as contempladas com
maior valor [entre todas as
áreas da prefeitura], respectivamente R$ 7,3 bilhões e 5,5 bilhões (...), cumprindo a Constituição", diz a nota do prefeito.
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