São Paulo, segunda-feira, 01 de novembro de 2004

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Uma mistureba incrível

DANUZA LEÃO
COLUNISTA DA FOLHA

Foi na Marina da Glória, no Rio, e para entrar no recinto era mais difícil do que se fosse a convenção de um partido político americano: vários computadores (contei uns seis) lendo o código de barras para ter certeza de que o convidado era mesmo convidado, e uma imensidão de seguranças, para caso de fraude.
Os mais de mil convidados eram divididos em três alas: a dos paulistas, a do show business e a da colônia israelita. Havia também algumas participações especiais, como Edmundo, o animal, mascando chicletes sem parar, criancinhas vestindo organdi, toda a família Diniz, Supla com um ousado terno de algodão rosa-schoking e sapatos brancos, Elba Ramalho de Armani de paetês e cabelos sem cachinhos. De repente, ouviu-se a "Marcha Nupcial".
No grande salão com cadeiras dos dois lados, como se fosse uma igreja, e uma passarela no meio, entraram primeiro as daminhas e os daminhos e em seguida Angélica, linda linda. No altar, Luciano esperava por ela.
O rabino Henry Sobel disse umas palavras -aliás, muitas- e até citou "O Pequeno Príncipe"; depois entrou o padre Antonio Maria, mais conhecido como o padre de "Caras", que falou mais ainda que o rabino e ainda entrou no perigoso terreno da poesia; demorou, mas acabou, e foi emocionante e lindo ver os noivos se beijando.
Saiu o cortejo, com as famílias e os padrinhos logo atrás. Tinha de tudo: Gloria Maria, Nelson Piquet, Aécio Neves de braço com Ana Maria Braga, aí os convidados se misturaram e não se sabia mais quem era quem.
Passou-se então para o enorme salão, dando vista para a Baía de Guanabara, onde havia apenas algumas mesas, reservadas às famílias; no mais, muitos sofás e poltronas de veludo preto com almofadas soltas, o que fazia com que as pessoas circulassem sem parar.
Além disso, Neka Menna Barreto brilhou com seus canapés originalíssimos, vários com um toque adocicado, com tâmaras, figos secos e ingredientes misteriosos que só Monsieur Poirot seria capaz de reconhecer.
A música, perfeita, foi subindo aos poucos, mas não havia pista de dança, o que deixava no ar aquele clima de desejo reprimido, uma coisa.
Havia mulheres divinas -a maioria usava longo decotado e bordado-, homens deslumbrantes, e como até os bregas têm seu momento de luxo, sábado foi a noite.
Olha que mistureba incrível (e nem vou botar todos os sobrenomes porque não precisa): Parreira, Brunet, Tuffi, Chitãozinho, Xororó, Fause, Casé, Patricia e Ciro, Preta, Tom Cavalcante, Naomi, Santoro, Zeca Camargo, e agora umas linhas especiais para Sandy e Junior. Eles são tão pequenininhos, mas tão pequenininhos, que parecem filhotinhos -o que não impediu Junior, de terno e gravata, de paquerar bastante uma garota, e Sandy de receber um amasso atrás de uma coluna. Quem também deu o ar de sua graça foi Luciana Gimenez com o novo namorado, mas o romance não convence. Não convence mesmo.
Havia ainda chiquérrimos como Eleonora Mendes Caldeira e Ivo Rosset que iam pegar o jatinho de volta logo depois da festa para poderem votar em Marta, e outros, menos politizados, que tinham vindo de Angra de barco e iam voltar às 3h da manhã para aproveitar os feriados.
É inusitado, é raro, raríssimo, ir a um casamento e no dia seguinte lembrar de outras coisas além das roupas, das flores, da decoração. Mas dessa vez foi diferente: apesar do deslumbramento da festa, do monte de famosos, da noite sensacional, a sensação mais forte que ficou é que o casamento de Angélica e Luciano vai dar certo e eles vão ser felizes para sempre.


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