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Seqüestros caem pela metade em SP
Foram registrados 41 casos no Estado, de janeiro a setembro deste ano, contra 88 no mesmo período do ano passado
Os latrocínios em 2008 foram mais "pulverizados" do que no ano passado, ou seja, ocorreram mais crimes, mas com menos vítimas
ANDRÉ CARAMANTE
LUIS KAWAGUTI
DA REPORTAGEM LOCAL
O número de seqüestro nos
últimos meses em São Paulo
caiu pela metade e regrediu ao
patamar registrado no início da
década, segundo dados divulgados ontem pela Secretaria da
Segurança Pública.
Entre os dias 1º de janeiro e
30 de setembro deste ano, o Estado registrou 41 seqüestros.
Em 2007, no mesmo período,
houve 88 casos -queda de 53%.
Nos nove primeiros meses de
2000, 48 pessoas foram vítimas
desse tipo de crime.
Na divisão por regiões, agora,
capital e interior registraram o
mesmo número de seqüestros:
16. A região metropolitana teve
nove seqüestros.
De acordo com o delegado
Wagner Giudice, chefe da DAS
(Delegacia Anti-Seqüestro),
desde janeiro de 2001, a queda
no número de seqüestros no
Estado se deve principalmente
ao aperfeiçoamento dos métodos de investigação e também
da inteligência policial.
"A gente buscou as experiências de outros países e as adaptou para a realidade paulista e
paulistana, onde o seqüestro
tem características próprias."
Ele diz que houve um empenho muito grande da polícia no
sentido de impedir o pagamento de resgates e de obter condenações pesadas para os criminosos presos. "Isso tudo vai desestimulando, o cara não recebe o dinheiro, vai preso e leva
uma pena alta", disse Giudice.
Segundo o policial, a cada
quatro seqüestros em São Paulo, hoje, apenas um tem o pagamento do resgate realizado.
Nos anos de 2001 e 2002
houve um boom de seqüestros
no Estado -180 e 269, respectivamente (sempre considerando o período janeiro/setembro). Foram os índices mais altos da história.
Mais casos de latrocínio
Os latrocínios (roubo seguido de morte) em 2008 foram
mais "pulverizados" do que no
ano passado, ou seja, foram
mais crimes, mas com menos
vítimas do que em 2007.
Até o dia 30 de setembro deste ano, o Estado registrou 195
latrocínios. Entre janeiro e setembro de 2007, o total foi de
166. O aumento registrado foi
de 17,5% no número de casos.
Na contramão, o número de
vítimas de latrocínio caiu: neste ano foram 203 pessoas mortas; em 2007, 215 vítimas. Queda no total de vítimas de 5,5%.
Nos dados revelados ontem é
possível descobrir que, ao comparar o terceiro trimestre deste
ano (julho a setembro) com o
mesmo período de 2007, o Estado registrou um aumento de
37% no total de vítimas de latrocínio -foram 74 pessoas
mortas em assaltos no período
de 2008 contra 54 em 2007.
Homicídios e estupros
O total de vítimas de homicídios dolosos (intencionais) caiu
12,5% e segue em tendência de
queda. Em 2008, foram 3.387
pessoas assassinadas; em 2007,
3.871, de janeiro a setembro. A
taxa de homicídios por 100 mil
habitantes ficou em 10,51%. Assim como faz com o latrocínio,
o Estado costuma divulgar com
mais ênfase o total de ocorrências, não o de vítimas.
Nos nove primeiros meses
deste ano, 2.462 estupros foram registrados em todo o Estado. No mesmo período de
2007, foram 2.401. O aumento
foi de 2,5%. A comparação específica entre os terceiros trimestres de 2008 e 2007 mostra
um aumento ainda maior nos
estupros: 5%. Foram 863 entre
janeiro e 30 de setembro deste
ano; em 2007, 822.
Essas estatísticas são feitas
na Secretaria da Segurança Pública pela CAP (Coordenadoria
de Análise e Planejamento).
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