São Paulo, sábado, 01 de novembro de 2008

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Seqüestros caem pela metade em SP

Foram registrados 41 casos no Estado, de janeiro a setembro deste ano, contra 88 no mesmo período do ano passado

Os latrocínios em 2008 foram mais "pulverizados" do que no ano passado, ou seja, ocorreram mais crimes, mas com menos vítimas

ANDRÉ CARAMANTE
LUIS KAWAGUTI
DA REPORTAGEM LOCAL

O número de seqüestro nos últimos meses em São Paulo caiu pela metade e regrediu ao patamar registrado no início da década, segundo dados divulgados ontem pela Secretaria da Segurança Pública.
Entre os dias 1º de janeiro e 30 de setembro deste ano, o Estado registrou 41 seqüestros. Em 2007, no mesmo período, houve 88 casos -queda de 53%. Nos nove primeiros meses de 2000, 48 pessoas foram vítimas desse tipo de crime.
Na divisão por regiões, agora, capital e interior registraram o mesmo número de seqüestros: 16. A região metropolitana teve nove seqüestros.
De acordo com o delegado Wagner Giudice, chefe da DAS (Delegacia Anti-Seqüestro), desde janeiro de 2001, a queda no número de seqüestros no Estado se deve principalmente ao aperfeiçoamento dos métodos de investigação e também da inteligência policial.
"A gente buscou as experiências de outros países e as adaptou para a realidade paulista e paulistana, onde o seqüestro tem características próprias."
Ele diz que houve um empenho muito grande da polícia no sentido de impedir o pagamento de resgates e de obter condenações pesadas para os criminosos presos. "Isso tudo vai desestimulando, o cara não recebe o dinheiro, vai preso e leva uma pena alta", disse Giudice.
Segundo o policial, a cada quatro seqüestros em São Paulo, hoje, apenas um tem o pagamento do resgate realizado.
Nos anos de 2001 e 2002 houve um boom de seqüestros no Estado -180 e 269, respectivamente (sempre considerando o período janeiro/setembro). Foram os índices mais altos da história.

Mais casos de latrocínio
Os latrocínios (roubo seguido de morte) em 2008 foram mais "pulverizados" do que no ano passado, ou seja, foram mais crimes, mas com menos vítimas do que em 2007.
Até o dia 30 de setembro deste ano, o Estado registrou 195 latrocínios. Entre janeiro e setembro de 2007, o total foi de 166. O aumento registrado foi de 17,5% no número de casos.
Na contramão, o número de vítimas de latrocínio caiu: neste ano foram 203 pessoas mortas; em 2007, 215 vítimas. Queda no total de vítimas de 5,5%.
Nos dados revelados ontem é possível descobrir que, ao comparar o terceiro trimestre deste ano (julho a setembro) com o mesmo período de 2007, o Estado registrou um aumento de 37% no total de vítimas de latrocínio -foram 74 pessoas mortas em assaltos no período de 2008 contra 54 em 2007.

Homicídios e estupros
O total de vítimas de homicídios dolosos (intencionais) caiu 12,5% e segue em tendência de queda. Em 2008, foram 3.387 pessoas assassinadas; em 2007, 3.871, de janeiro a setembro. A taxa de homicídios por 100 mil habitantes ficou em 10,51%. Assim como faz com o latrocínio, o Estado costuma divulgar com mais ênfase o total de ocorrências, não o de vítimas.
Nos nove primeiros meses deste ano, 2.462 estupros foram registrados em todo o Estado. No mesmo período de 2007, foram 2.401. O aumento foi de 2,5%. A comparação específica entre os terceiros trimestres de 2008 e 2007 mostra um aumento ainda maior nos estupros: 5%. Foram 863 entre janeiro e 30 de setembro deste ano; em 2007, 822.
Essas estatísticas são feitas na Secretaria da Segurança Pública pela CAP (Coordenadoria de Análise e Planejamento).


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