São Paulo, segunda-feira, 01 de novembro de 2010

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Mortes sem causa declarada têm alta no país, sugere pesquisa

Áreas com mais de 10% de óbitos em que não se sabe o motivo se alastraram no Norte-Nordeste

FILIPE MOTTA
DE SÃO PAULO

Mais brasileiros estão morrendo sem que a causa do óbito seja identificada e registrada. É o que sugere uma pesquisa do Centro de Planejamento Regional, da Universidade Federal de Minas Gerais, sobre mortes no país.
Os pesquisadores tomaram como referência o Datasus -banco de dados do Ministério da Saúde. Foram usados os registros de morte de 558 microrregiões de saúde em que o país é dividido.
Nos últimos 30 anos, subiu o número de microrregiões onde é alto o número de pessoas que morrem e não têm a causa da morte declarada.
A pesquisa aponta que houve aumento do total de mortes oficialmente registradas no país. Na década de 1980, 28% das pessoas que morriam não tinham o óbito oficializado. O índice caiu para 7% na última década.
"Aumentou a quantidade de registros, mas esse aumento não foi acompanhado de qualidade dos dados", afirma o professor de demografia Bernardo Lanza, que trabalhou na pesquisa.
Análises espaciais sugerem que as áreas com mais de 10% de mortes "mal declaradas" -em que não se sabe o motivo- se alastraram no Norte e Nordeste do país. Antes, elas se restringiam a pequenos pontos nessas regiões e em parte de Minas.
O professor diz que a imprecisão resultante das mortes mal declaradas dificulta traçar o perfil das doenças que atingem as regiões e, com isso, definir políticas de saúde. O registro é de responsabilidade dos profissionais de saúde nas cidades.


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