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Mortes sem causa declarada têm alta no país, sugere pesquisa
Áreas com mais de 10% de óbitos em que não se sabe o motivo se alastraram no Norte-Nordeste
FILIPE MOTTA
DE SÃO PAULO
Mais brasileiros estão morrendo sem que a causa do
óbito seja identificada e registrada. É o que sugere uma
pesquisa do Centro de Planejamento Regional, da Universidade Federal de Minas Gerais, sobre mortes no país.
Os pesquisadores tomaram como referência o Datasus -banco de dados do Ministério da Saúde. Foram
usados os registros de morte
de 558 microrregiões de saúde em que o país é dividido.
Nos últimos 30 anos, subiu
o número de microrregiões
onde é alto o número de pessoas que morrem e não têm a
causa da morte declarada.
A pesquisa aponta que
houve aumento do total de
mortes oficialmente registradas no país. Na década de
1980, 28% das pessoas que
morriam não tinham o óbito
oficializado. O índice caiu
para 7% na última década.
"Aumentou a quantidade
de registros, mas esse aumento não foi acompanhado
de qualidade dos dados",
afirma o professor de demografia Bernardo Lanza, que
trabalhou na pesquisa.
Análises espaciais sugerem que as áreas com mais de
10% de mortes "mal declaradas" -em que não se sabe o
motivo- se alastraram no
Norte e Nordeste do país. Antes, elas se restringiam a pequenos pontos nessas regiões e em parte de Minas.
O professor diz que a imprecisão resultante das mortes mal declaradas dificulta
traçar o perfil das doenças
que atingem as regiões e,
com isso, definir políticas de
saúde. O registro é de responsabilidade dos profissionais
de saúde nas cidades.
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