São Paulo, segunda-feira, 01 de novembro de 2010

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Passeio de balão era presente de cinco anos de casamento

Daniela Ciarallo fez a surpresa para o marido no sábado, quando o balão onde estavam caiu

Dos nove balões que voariam no sábado, quatro desistiram por causa do tempo, disse um casal à polícia

DE SÃO PAULO
DO ENVIADO ESPECIAL A BOITUVA

O passeio de balão era o presente-surpresa de Daniela Gonçalves Ciarallo, 31, para o marido, Franklin Ciarallo, 31, no aniversário de cinco anos de casamento.
O sonho dele era saltar de asa-delta, mas ela achava muito perigoso.
Os dois estavam em um dos dois balões que caíram em Boituva (SP) anteontem. Após uma rajada de vento, foram arremessados para fora. Ela morreu na hora; ele, em seguida, no hospital.
Caíram de uma altura de cerca de 15 metros -ou do quinto andar de um prédio.
O balão era pilotado por Antônio Carlos Giusti, 56. Ele foi o primeiro a ser arremessado e também morreu.
O outro balão que caiu não deixou mortos. Ao todo, 16 pessoas ficaram feridas.
O casal foi velado ontem em Barueri (Grande SP), cidade onde morava. Eles se conheceram na faculdade de administração, tinham um casal de gêmeos, de dois anos, e se mudariam logo para uma casa nova.
Na manhã de anteontem, eles saíram de Barueri às 4h.
Para a surpresa dar certo, Daniela guardou segredo. A mãe e a sogra sabiam. Uma não tem TV e a outra estava em uma festa. Por isso, só dez horas após o acidente ficaram sabendo o que ocorrera.
A identificação do casal demorou. Segundo a família, eles estavam sem documentos. A polícia chegou a Franklin pela placa do carro dele e, pelo Orkut do rapaz, a Daniela e à empresa onde ela trabalhava. A empresa, por sua vez, avisou a família.
Reunidos ontem no velório, os familiares afirmaram que pretendem processar a empresa Passeio de Balão, que promoveu a viagem do casal. Eles consideram que houve imprudência, já que a previsão do tempo avisava que viria uma frente fria.
A empresa não quis se manifestar ontem. No dia do acidente, afirmou que as condições de voo eram favoráveis.
Segundo o depoimento à polícia de um casal que também voaria anteontem, nove balões voariam, mas quatro desistiram por causa de uma mudança brusca no tempo.
Leonel Brites, vice-presidente da Confederação Brasileira de Balonismo, disse que o acidente foi "fatalidade".
A família do piloto morto, que foi enterrado ontem em São Paulo, não quis falar.
(TALITA BEDINELLI, JAMES CIMINO E EDUARDO GERAQUE)


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