São Paulo, terça-feira, 01 de novembro de 2011

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GERALDO BERNARDES JÚNIOR (1947-2011)

Negócios de Geraldo da Bicicletaria

ESTÊVÃO BERTONI
DE SÃO PAULO

Para ir de casa, no distrito de Ibitiúva, ao local onde estudava, em Pitangueiras (SP), Geraldo Bernardes Jr. costumava tomar um trem. Seu pai era chefe de estação da Fepasa (Ferrovias Paulistas SA).
Durante o trajeto, passou a reparar na jovem de lenço na cabeça que ficava espiando da janela o trem passar. Um dia, disse para a mãe, que o acompanhava: "Ainda vou me casar com aquela moça".
O nome dela, que vivia com os pais num sítio cortado pela linha da Fepasa, era Cida.
Os dois só foram se conhecer numa festa religiosa na cidade. Começaram a namorar ali e se casaram em 1970.
Geraldo, nascido em Bebedouro, formou-se professor, mas não seguiu na carreira.
Depois de rodar por Santo André atrás de serviço, mudou-se para Viradouro. Até que entrou para o hoje extinto banco Comind, em Barretos, onde se tornou gerente.
Depois de alguns anos, cansado, decidiu pedir demissão e abriu um mercado em São Bernardo do Campo.
O negócio prosperou por um tempo, lembra Cida, mas não teve final feliz. O casal acabou perdendo tudo. Geraldo ainda se arriscou como feirante em Pindamonhangaba e, por fim, montou uma bicicletaria em Bebedouro.
Aprendera a mexer nas magrelas vendo um amigo. Era curioso e gostava de tudo do seu jeito, conta a família.
Geraldo da Bicicletaria, como ficou conhecido, só parou com a oficina depois que ficou doente. Por causa da quimioterapia, comprou um chapéu que virou sua marca registrada, ao lado da bengala.
Morreu na quinta-feira, aos 64 anos, de câncer. Deixa viúva, três filhos e dois netos.

coluna.obituario@uol.com.br


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