São Paulo, sábado, 01 de dezembro de 2007

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"Atirei para salvar minha vida e a dos outros"

Rogerio Cassimiro/Folha Imagem
Alberto de Araujo, policial que deu voz de prisão aos assaltantes


DA REPORTAGEM LOCAL

O soldado da PM Alberto de Araújo, 24, afirmou ontem, no 1º DP (Sé), que atirou contra o suspeito Douglas Vilas Boas, 37, dentro da estação Sé do metrô, "para salvar a sua vida e também a dos outros que estavam na plataforma". Na quarta, ele completou seu segundo ano como soldado da PM.
Ao atirar ontem em Vilas Boas, logo depois de ele surgir pelo túnel da estação Sé, o PM Araújo usou a mão direita para empunhar o revólver 38 da corporação. O pulso direito do policial o afastou do trabalho, há alguns meses, quando ele caiu de moto. O policial precisou ser operado e fazer sessões de fisioterapia num batalhão do Corpo de Bombeiros.
"Eu vi quando ele [Vilas Boas] apareceu no túnel e atravessou a linha do trem na minha direção. Nós ficamos a um metro de distância um do outro, e eu pedi que ele se entregasse. Quando ele fez um movimento brusco, atirei mesmo. Atirei para salvar a minha vida e também para preservar a dos outros que estavam na plataforma", afirmou o PM Araújo, aparentando tranqüilidade e até sorrindo. "Reagi diante da injusta agressão", continuou o soldado, usando expressões comuns entre os PMs.
Ainda na estação Sé, a Folha questionou ontem um oficial da PM que acompanhou o atendimento às vítimas do tiroteio sobre a atitude do PM Araújo. Ele preferiu não se identificar. "Eu não sacaria minha arma numa situação como essa, até porque ele [o soldado] estava sem a farda da PM e isso poderia fazer com que os policiais fardados o confundissem com um dos ladrões e o matassem", disse o oficial.
(ANDRÉ CARAMANTE)


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