São Paulo, sábado, 01 de dezembro de 2007

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Cem escolas terão máquina de camisinha

Governo federal instalará equipamento em colégios de ensino médio em 2008, mas não definiu se preservativo será gratuito

Para retirar o preservativo, aluno terá de digitar o seu número de matrícula e uma senha pessoal na máquina; instalação começa em SC

ANGELA PINHO
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O governo federal vai colocar máquinas de distribuição de camisinha em cerca de cem escolas de ensino médio da rede pública no ano que vem.
O protótipo do equipamento foi exibido ontem: o aluno digitará o seu número de matrícula e uma senha pessoal na máquina. Em seguida, ela despejará um preservativo, em um mecanismo semelhante ao de uma máquina de refrigerantes.
Ontem, porém, não foi possível verificar se o equipamento realmente funciona, uma vez que ele estava desligado e sem preservativos dentro.
De acordo com Mariângela Simão, coordenadora do Programa Nacional de DST e Aids do Ministério da Saúde, ainda não foi definido se o preservativo será gratuito ou se o aluno terá de colocar uma moeda de R$ 0,25. A pasta não estabelecerá uma cota de preservativos por aluno, mas isso poderá ser feito por iniciativa de cada escola que aderir ao projeto.
O "dispensador de preservativos", como é chamado pelas autoridades, foi projetado por estudantes do Cefet (Centro Federal de Educação Tecnológica) de Santa Catarina.
Alunos dos cursos de automação industrial, radiologia e design de produtos, eles ganharam concurso lançado em outubro de 2006 e receberam ontem R$ 50 mil pela invenção.
O Cefet de Santa Catarina e outras escolas do Estado devem ser os primeiros a receber as máquinas. Os outros estabelecimentos ainda não foram definidos, segundo a pasta.
Segundo a coordenadora, depois da experiência com essas cem escolas, outras irão receber as máquinas, mas apenas se demonstrarem "interesse" e tiverem em seu projeto pedagógico temas relativos a "promoção da saúde e prevenção junto aos alunos".
A distribuição do equipamento depende ainda de alguma empresa manifestar interesse em fabricar o que foi desenhado pelos alunos do Cefet. O preço por unidade é estimado em R$ 400.
Representantes dos ministérios da Saúde e da Educação presentes ontem no lançamento negaram que a presença das máquinas nas escolas seja um incentivo à vida sexual do jovem. "Não se trata de nenhuma ação indutiva", disse Jaqueline Moll, do MEC. A idéia, defendem, é ampliar o acesso aos jovens que têm relações sexuais. "Outro dia ouvi no rádio que um menino desistiu de pegar a camisinha no posto de saúde porque teria que, antes, assistir a uma palestra sobre planejamento familiar", disse Simão.


Texto Anterior: Há 50 anos: Piora saúde de Adenauer
Próximo Texto: Frases
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.