São Paulo, sábado, 01 de dezembro de 2007

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George Cals de Oliveira e o militarismo

WILLIAN VIEIRA
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

O governo "eleito pelo regime democrático" em 1989 "estava levando o país ao caos", desde que "passou a ter em suas hostes elementos esquerdistas, desqualificados".
Ou assim pensava George Cals de Oliveira, primeiro nome da Marinha na lista dos oficiais fundadores do grupo Guararapes -criado para combater "as agressões e as infâmias" contra as Forças Armadas.
E que servia de hobby para quem já fora um rapaz obstinado, que deixou Fortaleza para estudar na Escola Naval do Rio nos anos 1930 -quando o pai já era prefeito, com direito a nome de hospital e escola. E quando o irmão já era político -foi governador, senador e ministro do general Figueiredo.
Austero e reservado, o engenheiro naval formado pelo Instituto Militar de Engenharia e também pela Escola Superior de Guerra só deixou a Marinha em 1964. Não que tenha saído por causa do golpe, já que "defendia o governo como tinha defender".
Reformado, foi trabalhar como engenheiro na Light. Mas "gostava é de ser chamado de almirante". Em casa, guardava cada espada e medalha ganhadas, expostas na estante comprada para isso.
Deixou cinco filhos, 14 netos e 12 bisnetos, ao morrer no dia 22, aos 93, de falência múltipla dos órgãos, em um hospital do Rio.


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