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Com decreto, Procon-SP espera desafogar serviço e diminuir filas de atendimento
DA REPORTAGEM LOCAL
Todos riram na platéia quando Diógenes Donizete, do Procon-SP, tomou o microfone, em
um seminário do setor de serviço por telefone, na terça-feira,
para criticar as empresas que
"são verdadeiras Schumachers" em reclamações e desabafar: "Não vendemos cartão
de crédito, linha telefônica ou
passagem de avião. Por que todo dia tem uma fila lá de gente
reclamando?"
"Agora [com a nova regra], o
Procon quer é tirar aquela fila
de lá", disse Donizete. E ele vai
mais longe: afirma que 85% dos
casos que chegam ao órgão são
resolvidos no primeiro contato
com a empresa -na maioria
das vezes, problemas simples,
como segunda via de conta ou
cartão não-solicitado. "Se é tão
simples resolver, por que ela
não resolve?", diz. "O técnico
do Procon já não agüenta mais
trabalhar para as empresas."
E o Procon quer "ir além do
decreto". "A intenção é mostrar
a essas empresas como fazer a
lição de casa", diz Roberto
Pfeiffer, diretor-executivo do
Procon-SP, que explica: com a
nova regra, fiscais do Procon
poderão ser "deslocados" da resolução de conflitos por causa
do SAC para outras atividades.
A expectativa no governo é
que as multas (que variam de
cerca de R$ 200 a até R$ 3 milhões) incentivem as empresas
a arcarem com os custos do
SAC (desde o começo à resolução do problema).
"As empresas terão de resolver esse atendimento e não
mais transferir o custo eminentemente privado para o setor
público", diz Ricardo Morishita, do DPDC (Departamento de
Proteção e Defesa do Consumidor). "Um custo que, se parasse
só no Procon, já seria absurdo,
mas chega até a Justiça", afirma.
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