São Paulo, segunda-feira, 01 de dezembro de 2008

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Com decreto, Procon-SP espera desafogar serviço e diminuir filas de atendimento

DA REPORTAGEM LOCAL

Todos riram na platéia quando Diógenes Donizete, do Procon-SP, tomou o microfone, em um seminário do setor de serviço por telefone, na terça-feira, para criticar as empresas que "são verdadeiras Schumachers" em reclamações e desabafar: "Não vendemos cartão de crédito, linha telefônica ou passagem de avião. Por que todo dia tem uma fila lá de gente reclamando?"
"Agora [com a nova regra], o Procon quer é tirar aquela fila de lá", disse Donizete. E ele vai mais longe: afirma que 85% dos casos que chegam ao órgão são resolvidos no primeiro contato com a empresa -na maioria das vezes, problemas simples, como segunda via de conta ou cartão não-solicitado. "Se é tão simples resolver, por que ela não resolve?", diz. "O técnico do Procon já não agüenta mais trabalhar para as empresas."
E o Procon quer "ir além do decreto". "A intenção é mostrar a essas empresas como fazer a lição de casa", diz Roberto Pfeiffer, diretor-executivo do Procon-SP, que explica: com a nova regra, fiscais do Procon poderão ser "deslocados" da resolução de conflitos por causa do SAC para outras atividades.
A expectativa no governo é que as multas (que variam de cerca de R$ 200 a até R$ 3 milhões) incentivem as empresas a arcarem com os custos do SAC (desde o começo à resolução do problema).
"As empresas terão de resolver esse atendimento e não mais transferir o custo eminentemente privado para o setor público", diz Ricardo Morishita, do DPDC (Departamento de Proteção e Defesa do Consumidor). "Um custo que, se parasse só no Procon, já seria absurdo, mas chega até a Justiça", afirma.


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