São Paulo, terça-feira, 02 de janeiro de 2001

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Fim do voto secreto será prioridade

DA REPORTAGEM LOCAL

José Eduardo Cardozo (PT) disse ontem que sua prioridade no comando do Legislativo paulistano será acabar com votações secretas, como a que era prevista ontem para a presidência da Câmara Municipal. Ele também afirmou, após, ser eleito presidente, que proporá uma reforma administrativa na Câmara.

Folha - O fato de o sr. ter sido eleito garante uma maior governabilidade à prefeita Marta Suplicy (PT)?
José Eduardo Cardozo -
Além da governabilidade, a vitória é resultado de um processo não apenas do PT, mas da sociedade paulistana em defesa da ética. Cabe a cada um de nós fazer dessa Câmara um poder diferente, em que as relações parlamentares sejam diferenciadas daquelas que vinham acontecendo nos últimos tempos.

Folha - O fato de o sr. e a prefeita serem do mesmo partido não cria uma relação de "dependência"?
Cardozo -
O Legislativo terá total independência. Nossa idéia é trabalhar de forma estreita e harmônica com o Executivo.

Folha - Os vereadores que faziam oposição ao PT na legislatura passada afirmam que vocês negociaram cargos para vencer a disputa pela presidência da Câmara...
Cardozo -
Exclusivamente o que houve foi uma negociação dos cargos da Mesa Diretora da Câmara. O governo, evidentemente, está buscando formar sua base de sustentação. Isso não aconteceu a partir de critérios fisiológicos e clientelistas, mas a partir de uma adesão de vereadores ao nosso programa. A composição da Mesa foi discutida entre os seus próprios integrantes. Os 31 votos que tive vieram de pessoas honradas. Eles tinham um compromisso conosco. Não houve nenhuma negociata ou negociação fora dos padrões éticos.

Folha - Como o sr. explica então o fato de vereadores, como os do PMDB, decidirem apoiar a sua candidatura?
Cardozo -
O vereador Antônio Goulart (PMDB) sempre defendeu um acordo conosco. Não houve nenhum tipo de negociação de cargo com ele.

Folha - A prioridade do sr. será acabar com o voto secreto no Legislativo?
Cardozo -
Isso é simbólico, um sinal efetivo de que essa administração quer transparência. Além disso, vamos lutar pela reforma administrativa, pela alteração do Regimento Interno da Câmara, que é muito autoritário, e informatizar a Casa.




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