|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Escolas do RS só aderem se estiverem prontas
DA REPORTAGEM LOCAL
O Rio Grande do Sul tem experiências em suas escolas estaduais
que parecem atender parte das
condições reivindicadas por educadores de São Paulo. A adoção
da progressão continuada não foi
obrigatória -só entraram no esquema as escolas que quiseram.
"As escolas participam quando
se sentem prontas", afirma Senira
Beledelli, coordenadora do Departamento Pedagógico da Secretaria de Estado da Educação.
Essa preparação inclui o treinamento dos docentes para as novas
funções. "A formação dos professores -que deixam de ser os donos do poder e do conhecimento- inclui a noção de que eles
passam a ser orientadores. Sem
isso, a escola não avança."
O Rio Grande do Sul teve no
Saeb (Sistema Nacional de Avaliação da Educação Básica) de 2001
médias acima da nacional. Em
português, foi o primeiro colocado na 8ª série do ensino fundamental e na 3ª do ensino médio.
Mas o resultado da política de liberdade de escolha pode ser também confuso. O Estado tem quatro modelos pedagógicos em funcionamento ao mesmo tempo: o
tradicional, de séries com notas;
um híbrido, dividido por séries,
mas com um novo tipo de avaliação (sem notas, mas com pareceres); um terceiro, dividido por ciclos (alunos ficam nas classes
conforme suas idades); e, por fim,
um modelo que usa etapas.
Nesse método, as classes não
são divididas por séries, e os alunos ficam na etapa correspondente à sua capacidade. Não há provas. Cada aluno tem uma ficha de
acompanhamento das suas dificuldades. Se estiver fraco no fim
de uma etapa, pode ficar retido ou
passar de ano e fazer as disciplinas
num horário diferente do normal.
A idéia é fazer um acompanhamento diário e promover a recuperação ao longo do ano, evitando a concentração de esforços só
no fim do período letivo. "É mais
complexo, dá muito mais trabalho, mas as Coordenadorias Regionais de Educação conseguem
acompanhar", avalia Beledelli.
A presidente do Centro de Professores do Estado, Juçara Dutra
Vieira, diz que a forma de implantação da progressão continuada
no Rio Grande do Sul é uma "iniciativa importante", mas há ressalvas. "É preciso ampliar a oferta
de material didático e pedagógico
e ter mais preocupação com a formação dos professores."
(APF)
Texto Anterior: Equipe de Lula quer aprimorar sistema Próximo Texto: Pasquale Cipro Neto: "Para ser grande, sê inteiro" Índice
|