São Paulo, quinta-feira, 02 de janeiro de 2003

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Escolas do RS só aderem se estiverem prontas

DA REPORTAGEM LOCAL

O Rio Grande do Sul tem experiências em suas escolas estaduais que parecem atender parte das condições reivindicadas por educadores de São Paulo. A adoção da progressão continuada não foi obrigatória -só entraram no esquema as escolas que quiseram.
"As escolas participam quando se sentem prontas", afirma Senira Beledelli, coordenadora do Departamento Pedagógico da Secretaria de Estado da Educação.
Essa preparação inclui o treinamento dos docentes para as novas funções. "A formação dos professores -que deixam de ser os donos do poder e do conhecimento- inclui a noção de que eles passam a ser orientadores. Sem isso, a escola não avança."
O Rio Grande do Sul teve no Saeb (Sistema Nacional de Avaliação da Educação Básica) de 2001 médias acima da nacional. Em português, foi o primeiro colocado na 8ª série do ensino fundamental e na 3ª do ensino médio.
Mas o resultado da política de liberdade de escolha pode ser também confuso. O Estado tem quatro modelos pedagógicos em funcionamento ao mesmo tempo: o tradicional, de séries com notas; um híbrido, dividido por séries, mas com um novo tipo de avaliação (sem notas, mas com pareceres); um terceiro, dividido por ciclos (alunos ficam nas classes conforme suas idades); e, por fim, um modelo que usa etapas.
Nesse método, as classes não são divididas por séries, e os alunos ficam na etapa correspondente à sua capacidade. Não há provas. Cada aluno tem uma ficha de acompanhamento das suas dificuldades. Se estiver fraco no fim de uma etapa, pode ficar retido ou passar de ano e fazer as disciplinas num horário diferente do normal.
A idéia é fazer um acompanhamento diário e promover a recuperação ao longo do ano, evitando a concentração de esforços só no fim do período letivo. "É mais complexo, dá muito mais trabalho, mas as Coordenadorias Regionais de Educação conseguem acompanhar", avalia Beledelli.
A presidente do Centro de Professores do Estado, Juçara Dutra Vieira, diz que a forma de implantação da progressão continuada no Rio Grande do Sul é uma "iniciativa importante", mas há ressalvas. "É preciso ampliar a oferta de material didático e pedagógico e ter mais preocupação com a formação dos professores." (APF)


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