Na volta do feriado, turistas do litoral sul de SP ficam horas em congestionamentos e passam mal dentro do carro

A prefeitura de Praia Grande chegou a deslocar unidade móvel para atender pessoas paradas no meio da rodovia, sob o calor intenso de ontem

Marcelo Justo/Folha Imagem

Áurea Gonçalves, 54, moradora de Carapicuíba, na Grande São Paulo, é atendida em ambulância

MARIANA CAMPOS
DA AGÊNCIA FOLHA, EM PRAIA GRANDE

O nó do trânsito na volta do feriado deixou turistas parados dentro do carro durante horas -alguns relatos são de 15 horas- sob calor intenso e levou a Prefeitura de Praia Grande (86 km ao sul de SP) a montar ontem um esquema especial com uma UTI móvel para atender quem passava mal, além de socorrer vítimas de acidentes.
A ambulância fazia a rota contrária à do engarrafamento em trecho da Expressa Sul (via municipal que leva à estrada), que foi interditado para que transitassem veículos de serviço como UTI e carros da PM.
O médico Adriano Bechara, secretário-adjunto de Saúde de Praia Grande, afirmou que tinham sido realizados ontem cerca de 20 atendimentos na ambulância até as 17h30.
Do total, duas pessoas foram encaminhadas a hospitais por serem idosas e precisarem de internação. De acordo com Adriano Bechara, os casos mais comuns eram de hipertensão arterial, dor de cabeça, diabetes e princípio de desidratação.
Houve relatos de turistas presos no engarrafamento durante mais de 15 horas.
Por volta das 17h, a moradora de Carapicuíba (Grande SP) Áurea Gonçalves, 54, foi até a UTI, às margens da via Expressa Sul. Estava com amigdalite e queria medir a pressão. "Estou desde as 10h no trânsito, com febre. Estou me sentindo mal, com calor", disse, chorando.
Áurea, que trabalha na área de saúde, também enfrentou a falta d'água durante as festas de final de ano. "Não venho mais para cá [para Praia Grande]."
A família de César Augusto Sofia, 44, morador de Diadema, no ABC paulista, também estava parada no congestionamento ontem à tarde. Ele, a mulher, a sogra e seu filho de 10 anos diziam estar desde as 2h20 no trânsito. Eram 17h e não haviam saído de Praia Grande.
"Viemos ontem à noite para ver os fogos. Assim que acabou, entramos no congestionamento e estamos aqui até agora", disse Sofia. O filho dela, Henrique, passou mal no trânsito.
"Ele sentiu dor de cabeça, dor de barriga, vomitou. A gente deu água e refrigerante o dia todo", afirmou ela.
De acordo com a assessoria de imprensa da Sabesp (responsável pelo abastecimento em SP), o excesso de consumo de água nos últimos dias e as altas temperaturas registradas na Baixada Santista no período provocaram despressurização na rede, atingindo cidades como Praia Grande, Mongaguá, Itanhaém, Guarujá e Bertioga.
A situação mais grave foi registrada em Praia Grande, onde todos os bairros foram afetados, alguns com mais intensidade, como Guilhermina, Tupi e Cidade Ocian.
No Guarujá, o problema começou no sábado e atingiu principalmente os bairros da Enseada, centro e o distrito de Vicente de Carvalho.
A Sabesp informou que anteontem a situação já estava controlada.
O abastecimento na região toda só deve voltar ao normal a partir do final da tarde de hoje.

Florianópolis
A ressaca do Ano Novo não segurou turistas e moradores em casa na tarde de ontem, em Florianópolis (SC). Havia filas e muita paciência no trânsito entre as praias da ilha.
Os principais acessos à orla da região leste da ilha, que estão entre as mais procuradas pelos visitantes, registraram congestionamentos.