São Paulo, quarta-feira, 02 de janeiro de 2008

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Balas perdidas ferem cinco pessoas no Réveillon do Rio

Em outro caso, um homem morreu após levar tiro em praia de Ipanema; polícia suspeita que briga tenha sido o motivo

Nas favelas da zona sul houve queima de fogos e tiros; na Rocinha, show incluiu disparos com balas que deixam um rastro de luz

ITALO NOGUEIRA
MARIA LUIZA RABELLO
DA SUCURSAL DO RIO

Um homem morreu após ser baleado e cinco pessoas foram atingidas por balas perdidas na virada do ano na orla do Rio. Elias Gabriel Batista da Silva, 29, levou um tiro no abdômen durante a festa com música eletrônica no Posto 9 da praia de Ipanema, na zona sul.
Ele foi levado para o hospital Miguel Couto, no Leblon, onde morreu na manhã de ontem. A polícia trabalha com a hipótese de o disparo ter sido intencional, feito durante uma briga em que Elias Silva teria se envolvido -e não que o jovem tenha sido vítima de bala perdida, como se suspeitou inicialmente.
Quatro pessoas feridas por balas perdidas foram atendidas no mesmo hospital que Silva: Anderson Luiz de Souza Fagundes, 29, atingido na perna direita; Camila Rodrigues da Silva, 18, baleada no ombro direito; Rodrigo de Lira Cruz, 23, atingido também no ombro direito. Fagundes e Cruz já tiveram alta do hospital. Camila ainda aguardava a liberação. Gustavo Almeida Queiroz, 24, levou um tiro no tórax e outro na perna direita. Foi o caso mais grave. Todos ocorreram na praia de Copacabana. A quinta vítima foi Vilma de Oliveira dos Santos, 63, atingida nas costas à 0h04, durante a queima dos fogos. Atendida no hospital Copa D'Or, em Copacabana, teve alta.
Também em Copacabana, Cristina Hosana Monteiro, 35, caiu do terceiro andar de um prédio na rua Barata Ribeiro e morreu. Segundo relato do marido à polícia, ela ia se debruçar sobre a varanda quando caiu e bateu com a cabeça na marquise do andar de baixo. Ela chegou a ser levada ao hospital.
O Corpo de Bombeiros fez 224 atendimentos, entre às 18h30 do dia 31 e às 4h30 de ontem, na capital fluminense.

Fogos
Além dos tiros, imprevistos no show pirotécnico marcaram a virada no Rio. Na hora H, pouca coisa funcionou do planejado para o Réveillon em Copacabana, uma das festas mais tradicionais do mundo. Os fogos foram acionados antes da meia-noite, uma balsa pegou fogo e a fumaça atrapalhou a visão para o show pirotécnico em alguns pontos da praia.
Nas favelas da zona sul, como Rocinha e Cantagalo, houve queima de fogos e disparos de tiros. Na Rocinha, o espetáculo pirotécnico foi mais longo que o de Copacabana e incluiu disparos com balas traçantes -que deixam rastro luminoso.
Cerca de 2 milhões, segundo a Polícia Militar, aproveitaram os shows no palco octogonal na areia de Copacabana, que permitia a visão de todos os pontos da praia. Um minuto antes da 0h do dia 1º, os fogos das oito balsas foram acionados, "antecipando" a virada do ano.
A contagem regressiva dos quatro telões em volta do palco começou quando os espumantes estavam sendo estourados e o show pirotécnico explodia no ar. A queima de fogos durou 21 minutos, mais do que os 16 previstos. O DJ Marlboro começou a sua apresentação enquanto os fogos ainda iluminavam o céu. A areia e as pistas na praia viravam palco para um imenso baile funk.
Na altura do posto 3, uma balsa pegou fogo durante a queima das bombas. Segundo os bombeiros, o incêndio foi controlado por embarcações próximas. O único tripulante foi salvo sem ferimentos.
Em alguns pontos da orla, a visibilidade foi reduzida pela fumaça. O ponto em frente ao hotel Copacabana Palace foi um dos mais prejudicados.
Os contratempos não impediram que o público continuasse na praia para aproveitar a apresentação do DJ Marlboro e das quatro melhores escolas de samba do último Carnaval (Beija-Flor, Grande Rio, Mangueira e Unidos da Tijuca).
Ontem, foram recolhidas mais de 684 toneladas de lixo pelos garis que começaram o trabalho às 6h. Um aumento de 38% em relação ao ano anterior. Só em Copacabana, foram recolhidas 264 toneladas.


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