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Balas perdidas ferem cinco pessoas no Réveillon do Rio
Em outro caso, um homem morreu após levar tiro em praia de Ipanema; polícia suspeita que briga tenha sido o motivo
Nas favelas da zona sul houve queima de fogos e tiros; na Rocinha, show incluiu disparos com balas que deixam um rastro de luz
ITALO NOGUEIRA
MARIA LUIZA RABELLO
DA SUCURSAL DO RIO
Um homem morreu após ser
baleado e cinco pessoas foram
atingidas por balas perdidas na
virada do ano na orla do Rio.
Elias Gabriel Batista da Silva,
29, levou um tiro no abdômen
durante a festa com música eletrônica no Posto 9 da praia de
Ipanema, na zona sul.
Ele foi levado para o hospital
Miguel Couto, no Leblon, onde
morreu na manhã de ontem. A
polícia trabalha com a hipótese
de o disparo ter sido intencional, feito durante uma briga em
que Elias Silva teria se envolvido -e não que o jovem tenha sido vítima de bala perdida, como
se suspeitou inicialmente.
Quatro pessoas feridas por
balas perdidas foram atendidas
no mesmo hospital que Silva:
Anderson Luiz de Souza Fagundes, 29, atingido na perna
direita; Camila Rodrigues da
Silva, 18, baleada no ombro direito; Rodrigo de Lira Cruz, 23,
atingido também no ombro direito. Fagundes e Cruz já tiveram alta do hospital. Camila
ainda aguardava a liberação.
Gustavo Almeida Queiroz, 24,
levou um tiro no tórax e outro
na perna direita. Foi o caso
mais grave. Todos ocorreram
na praia de Copacabana. A
quinta vítima foi Vilma de Oliveira dos Santos, 63, atingida
nas costas à 0h04, durante a
queima dos fogos. Atendida no
hospital Copa D'Or, em Copacabana, teve alta.
Também em Copacabana,
Cristina Hosana Monteiro, 35,
caiu do terceiro andar de um
prédio na rua Barata Ribeiro e
morreu. Segundo relato do marido à polícia, ela ia se debruçar
sobre a varanda quando caiu e
bateu com a cabeça na marquise do andar de baixo. Ela chegou a ser levada ao hospital.
O Corpo de Bombeiros fez
224 atendimentos, entre às
18h30 do dia 31 e às 4h30 de ontem, na capital fluminense.
Fogos
Além dos tiros, imprevistos
no show pirotécnico marcaram
a virada no Rio. Na hora H, pouca coisa funcionou do planejado para o Réveillon em Copacabana, uma das festas mais tradicionais do mundo. Os fogos
foram acionados antes da
meia-noite, uma balsa pegou
fogo e a fumaça atrapalhou a visão para o show pirotécnico em
alguns pontos da praia.
Nas favelas da zona sul, como
Rocinha e Cantagalo, houve
queima de fogos e disparos de
tiros. Na Rocinha, o espetáculo
pirotécnico foi mais longo que
o de Copacabana e incluiu disparos com balas traçantes
-que deixam rastro luminoso.
Cerca de 2 milhões, segundo
a Polícia Militar, aproveitaram
os shows no palco octogonal na
areia de Copacabana, que permitia a visão de todos os pontos
da praia. Um minuto antes da
0h do dia 1º, os fogos das oito
balsas foram acionados, "antecipando" a virada do ano.
A contagem regressiva dos
quatro telões em volta do palco
começou quando os espumantes estavam sendo estourados e
o show pirotécnico explodia no
ar. A queima de fogos durou 21
minutos, mais do que os 16 previstos. O DJ Marlboro começou
a sua apresentação enquanto os
fogos ainda iluminavam o céu.
A areia e as pistas na praia viravam palco para um imenso baile funk.
Na altura do posto 3, uma
balsa pegou fogo durante a
queima das bombas. Segundo
os bombeiros, o incêndio foi
controlado por embarcações
próximas. O único tripulante
foi salvo sem ferimentos.
Em alguns pontos da orla, a
visibilidade foi reduzida pela
fumaça. O ponto em frente ao
hotel Copacabana Palace foi
um dos mais prejudicados.
Os contratempos não impediram que o público continuasse na praia para aproveitar a
apresentação do DJ Marlboro e
das quatro melhores escolas de
samba do último Carnaval
(Beija-Flor, Grande Rio, Mangueira e Unidos da Tijuca).
Ontem, foram recolhidas
mais de 684 toneladas de lixo
pelos garis que começaram o
trabalho às 6h. Um aumento de
38% em relação ao ano anterior. Só em Copacabana, foram
recolhidas 264 toneladas.
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