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Kassab fala em crise, mas terá o maior nº de secretários
São Paulo é a capital do país com o maior número de pastas; prefeito já criou 6
Criação de secretarias também ajudou Kassab a conseguir dar mais espaço aos seus novos aliados
neste segundo mandato
MÁRCIO PINHO
CONRADO CORSALETTE
DA REPORTAGEM LOCAL
Com a criação de seis secretarias desde o início do ano passado, o prefeito Kassab transformou São Paulo no governo
municipal com o maior número de pastas -27 no total- entre as capitais. Ontem, na posse, ele disse que é necessário
"navegar com cautela" em razão da crise mundial.
A estrutura paulistana passa
a ter mais secretarias que o Rio
de Janeiro, por exemplo, que
conta com 22 -o prefeito
Eduardo Paes (PMDB), que assumiu ontem, cortou quatro.
Com quase 11 milhões de habitantes, a capital paulista fica
bem à frente de outras cidades
grandes do país, como Porto
Alegre. A cidade gaúcha tem 18
secretarias, incluindo nessa
conta a recém-criada Secretaria Extraordinária para a Copa
de 2014. Porto Alegre deverá
ser uma das sedes do mundial.
Belo Horizonte tem dez (sendo outras 11 consideradas adjuntas). Recife tem 16, e Salvador segue o caminho contrário
de São Paulo -o número de secretarias passará de 17 para 11.
Entre as capitais, apenas São
Paulo tem uma Secretaria da
Desburocratização, criada no
começo de 2008 e entregue ao
deputado estadual Rodrigo
Garcia (DEM), aliado de Kassab e seu ex-sócio. A cidade
passou a ter também uma Secretaria Especial da Mulher, a
cargo de José A. Pinotti, também do DEM. Na maioria das
capitais, há uma coordenadoria
para tratar do tema.
No levantamento, a Folha
considerou informações passadas oficiais das prefeituras. Levou em conta órgãos com nome de secretaria ou cargos de
secretários e também outros,
como fundações, quando têm
status de secretaria em determinadas áreas em que o município não tem secretaria específica, como na área de saúde
em Teresina (PI).
A assessoria de imprensa de
Kassab foi procurada pela Folha, mas não se manifestou sobre o seu número de pastas.
Mudanças
A criação de pastas também
ajudou na estratégia de Kassab
de contrabalancear sua equipe,
dando mais peso aos seus aliados. O PSDB, porém, continua
sendo a espinha dorsal da gestão. O tucano Clóvis Carvalho
se mantém na Secretaria de
Governo, comandando as principais ações da gestão.
O partido de Serra, padrinho
político do prefeito, no entanto,
não está mais embrenhado em
todas as estruturas da prefeitura. As pastas foram loteadas e
entregues com "porteira fechada" para outros partidos aliados. É o que ocorreu com o
PMDB, que além de ter indicado a vice-prefeita, Alda Marco
Antonio, também ganhou a Secretaria de Assistência Social,
ocupada por ela mesma.
Algo parecido aconteceu com
o PR, que recebeu a Secretaria
do Trabalho.
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