São Paulo, sexta-feira, 02 de janeiro de 2009

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Marinho, do PT, diz que DEM integrará gestão

Prefeito eleito de São Bernardo articulou com Kassab adesão do partido à base aliada, obtendo, assim, a maioria na Câmara

Ele irá congelar 10% do Orçamento e diz que São Bernardo sofrerá "mais que a média nacional" pelo papel do setor automotivo

DA REPORTAGEM LOCAL

O novo prefeito de São Bernardo do Campo, Luiz Marinho (PT), afirmou ontem ter "simpatia política" pelo prefeito reeleito de São Paulo, Gilberto Kassab (DEM), e defendeu que o colega lidere um processo de articulação de prefeituras da região metropolitana com os governos estadual e federal.
Marinho tomou posse ontem, levando o PT de volta ao poder local após 20 anos.
Em entrevista, Marinho disse que o DEM fará parte de seu governo. Esse é o resultado de uma articulação com o prefeito de São Paulo que garantiu a Marinho a maioria na Câmara Municipal de São Bernardo.
O novo prefeito só conseguiu garantir os votos de 11 dos 21 vereadores no fim de dezembro, após os dois parlamentares eleitos pelo DEM- pela coligação ao lado do PSDB, que foi adversária de Marinho nas eleições- se unirem aos vereadores da base (PT, PT do B e PPS).
"Já havia discutido com o prefeito Kassab durante o processo da composição das chapas. Não foi possível o apoio do DEM no processo eleitoral. Quase que o prefeito conseguiu organizar esse apoio. Fazia parte da vontade dele, por simpática política entre mim e o prefeito Kassab", afirmou Marinho.
"Agora, no processo para formar a maioria, ele entende a importância disso para o Executivo. Ele deu esse apoio sem nenhuma contrapartida."
Marinho disse que, por ser prefeito de São Paulo, Kassab deve liderar a articulação com os governos Lula e José Serra (PSDB), especialmente para enfrentar problemas na área dos transportes. Segundo ele, a boa relação com Kassab não tem relação com as eleições futuras e sim com "gestão pública". "Temos de ter maturidade para separar as coisas. O presidente Lula e o governador Serra mostraram que é possível."
Marinho empossou parte do secretariado. Sua mulher, Nilza de Oliveira, assumirá a pasta de Orçamento e Planejamento Participativo. Jorge Mattoso, ex-presidente da Caixa Econômica Federal, que deixou o cargo após o caso envolvendo o caseiro Francenildo Costa, será secretário de Finanças.

Crise
Por conta da crise financeira, Marinho anunciou um congelamento de 10% do Orçamento de R$ 2,3 bilhões. O prefeito disse que o ABC sofrerá "mais que a média nacional" e, em particular, São Bernardo, pelo papel do setor automotivo.
Mesmo assim, afirmou que o Brasil será menos afetado que outros países. Ele negou que vá dar subsídios às montadoras, dizendo que toda a ajuda será coordenada pelo governo federal. "O que é preciso é que o empresariado tenha a responsabilidade de saber que a crise não é duradoura, é diferente para o Brasil. Nós temos a condição de fazer a duração ser curta." (FERNANDO BARROS DE MELLO)



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