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Marinho, do PT, diz que DEM integrará gestão
Prefeito eleito de São Bernardo articulou com Kassab adesão do partido à base aliada, obtendo, assim, a maioria na Câmara
Ele irá congelar 10% do Orçamento e diz que São Bernardo sofrerá "mais que a média nacional" pelo papel do setor automotivo
DA REPORTAGEM LOCAL
O novo prefeito de São Bernardo do Campo, Luiz Marinho
(PT), afirmou ontem ter "simpatia política" pelo prefeito
reeleito de São Paulo, Gilberto
Kassab (DEM), e defendeu que
o colega lidere um processo de
articulação de prefeituras da
região metropolitana com os
governos estadual e federal.
Marinho tomou posse ontem, levando o PT de volta ao
poder local após 20 anos.
Em entrevista, Marinho disse que o DEM fará parte de seu
governo. Esse é o resultado de
uma articulação com o prefeito
de São Paulo que garantiu a
Marinho a maioria na Câmara
Municipal de São Bernardo.
O novo prefeito só conseguiu
garantir os votos de 11 dos 21
vereadores no fim de dezembro, após os dois parlamentares
eleitos pelo DEM- pela coligação ao lado do PSDB, que foi adversária de Marinho nas eleições- se unirem aos vereadores da base (PT, PT do B e PPS).
"Já havia discutido com o
prefeito Kassab durante o processo da composição das chapas. Não foi possível o apoio do
DEM no processo eleitoral.
Quase que o prefeito conseguiu
organizar esse apoio. Fazia parte da vontade dele, por simpática política entre mim e o prefeito Kassab", afirmou Marinho.
"Agora, no processo para formar a maioria, ele entende a
importância disso para o Executivo. Ele deu esse apoio sem
nenhuma contrapartida."
Marinho disse que, por ser
prefeito de São Paulo, Kassab
deve liderar a articulação com
os governos Lula e José Serra
(PSDB), especialmente para
enfrentar problemas na área
dos transportes. Segundo ele, a
boa relação com Kassab não
tem relação com as eleições futuras e sim com "gestão pública". "Temos de ter maturidade
para separar as coisas. O presidente Lula e o governador Serra mostraram que é possível."
Marinho empossou parte do
secretariado. Sua mulher, Nilza
de Oliveira, assumirá a pasta de
Orçamento e Planejamento
Participativo. Jorge Mattoso,
ex-presidente da Caixa Econômica Federal, que deixou o cargo após o caso envolvendo o caseiro Francenildo Costa, será
secretário de Finanças.
Crise
Por conta da crise financeira,
Marinho anunciou um congelamento de 10% do Orçamento
de R$ 2,3 bilhões. O prefeito
disse que o ABC sofrerá "mais
que a média nacional" e, em
particular, São Bernardo, pelo
papel do setor automotivo.
Mesmo assim, afirmou que o
Brasil será menos afetado que
outros países. Ele negou que vá
dar subsídios às montadoras,
dizendo que toda a ajuda será
coordenada pelo governo federal. "O que é preciso é que o empresariado tenha a responsabilidade de saber que a crise não é
duradoura, é diferente para o
Brasil. Nós temos a condição de
fazer a duração ser curta."
(FERNANDO BARROS DE MELLO)
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