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Público se espreme para ver shows e fogos na Paulista
Festa reuniu 2,4 milhões, dizem organizadores
WILLIAN VIEIRA
DA REPORTAGEM LOCAL
Enquanto, do alto do palco, o
ator Luigi Baricelli anunciava a
suposta "maior festa do mundo", os 15 minutos de fogos
(quase) ininterruptos do Réveillon da avenida Paulista, os 5
milhões de confetes e os 10 mil
balões animaram as 2,4 milhões de pessoas apertadas entre as ruas Ministro Rocha Azevedo e Brigadeiro Luís Antônio.
Um recorde de público (dizem a prefeitura e a Playcorp,
100 mil a mais que no ano passado) que transformou o evento em festa "democrática".
Jovens que soltavam bombas
e "assediavam" garotas dividiam
o espaço com grupos de senhoras aposentadas, como as cinco
amigas da contadora Iraci Rosa
Guimarães, 53, que pegaram
ônibus e metrô em Itaquera para cantar, no cantinho do palco,
as músicas de Daniel.
E foram ao delírio quando o
cantor trouxe o pai para tocar
berrante e ajudar na contagem
regressiva para o Ano-Novo.
A festa começou às 20h com
um público apertado em frente
ao palco. Enquanto taças de
champanhe passeavam pelo camarote VIP (onde 12 balões
com propaganda dos patrocinadores balançavam), garrafas
de vinho eram vendidas quentes a R$ 10 nas bancas de revista, além de latas de cerveja
(apesar da proibição).
Ninguém queria ficar sóbrio
por ali. Copos de cerveja (R$ 3)
imperavam nas mãos de quem
se espremia tanto na avenida
quanto nas filas (de até 20 pessoas) para usar um dos 600 banheiros químicos. Assim, dezenas dormiam nas calçadas.
A PM diz que houve cinco
atendimentos nos dez ambulatórios e duas pessoas detidas,
por embriaguez. Mas a Folha
viu mais de dez homens serem
expulsos -cinco de uma só vez.
Brinde precoce
Três amigos baianos, impedidos de entrar no local dos
shows com as garrafas de cidra
ganhadas nas cestas de Natal
do trabalho, tiveram de antecipar o brinde -goles fartos e
sorriso no rosto.
"Babado Novo", gritava, bêbada, a balconista Flávia Lima,
20 -vestida com a cor amarela,
"para ganhar dinheiro, que foi
para isso que vim para São Paulo", dizia, arrancando risos dos
amigos Hilton Siqueira, 21, e
Dioclécio Ferraz, 20.
Mal sabia ela que a apresentação da banda baiana já havia
terminado. Em seu primeiro
Réveillon na capital paulista, ficaram sem estourar o espumante na hora certa e sem o
show. Mas ficou a promessa de
um próspero 2009.
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