São Paulo, sexta-feira, 02 de janeiro de 2009

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Público se espreme para ver shows e fogos na Paulista

Festa reuniu 2,4 milhões, dizem organizadores

WILLIAN VIEIRA
DA REPORTAGEM LOCAL

Enquanto, do alto do palco, o ator Luigi Baricelli anunciava a suposta "maior festa do mundo", os 15 minutos de fogos (quase) ininterruptos do Réveillon da avenida Paulista, os 5 milhões de confetes e os 10 mil balões animaram as 2,4 milhões de pessoas apertadas entre as ruas Ministro Rocha Azevedo e Brigadeiro Luís Antônio.
Um recorde de público (dizem a prefeitura e a Playcorp, 100 mil a mais que no ano passado) que transformou o evento em festa "democrática".
Jovens que soltavam bombas e "assediavam" garotas dividiam o espaço com grupos de senhoras aposentadas, como as cinco amigas da contadora Iraci Rosa Guimarães, 53, que pegaram ônibus e metrô em Itaquera para cantar, no cantinho do palco, as músicas de Daniel.
E foram ao delírio quando o cantor trouxe o pai para tocar berrante e ajudar na contagem regressiva para o Ano-Novo.
A festa começou às 20h com um público apertado em frente ao palco. Enquanto taças de champanhe passeavam pelo camarote VIP (onde 12 balões com propaganda dos patrocinadores balançavam), garrafas de vinho eram vendidas quentes a R$ 10 nas bancas de revista, além de latas de cerveja (apesar da proibição).
Ninguém queria ficar sóbrio por ali. Copos de cerveja (R$ 3) imperavam nas mãos de quem se espremia tanto na avenida quanto nas filas (de até 20 pessoas) para usar um dos 600 banheiros químicos. Assim, dezenas dormiam nas calçadas.
A PM diz que houve cinco atendimentos nos dez ambulatórios e duas pessoas detidas, por embriaguez. Mas a Folha viu mais de dez homens serem expulsos -cinco de uma só vez.

Brinde precoce
Três amigos baianos, impedidos de entrar no local dos shows com as garrafas de cidra ganhadas nas cestas de Natal do trabalho, tiveram de antecipar o brinde -goles fartos e sorriso no rosto.
"Babado Novo", gritava, bêbada, a balconista Flávia Lima, 20 -vestida com a cor amarela, "para ganhar dinheiro, que foi para isso que vim para São Paulo", dizia, arrancando risos dos amigos Hilton Siqueira, 21, e Dioclécio Ferraz, 20.
Mal sabia ela que a apresentação da banda baiana já havia terminado. Em seu primeiro Réveillon na capital paulista, ficaram sem estourar o espumante na hora certa e sem o show. Mas ficou a promessa de um próspero 2009.


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