São Paulo, sábado, 02 de janeiro de 2010

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Área não deveria ser ocupada, afirma geólogo

EDUARDO GERAQUE
DA REPORTAGEM LOCAL

Para o geólogo Álvaro dos Santos, ex-diretor do IPT (Instituto de Pesquisas Tecnológicas) e especialista em escorregamentos de encostas, sopés de morro como o da praia do Bananal, em Ilha Grande, não poderiam ser ocupados. A alta inclinação da encosta, o solo raso sobre rochas e a grande quantidade de chuva que caiu sobre o local foram os ingredientes que detonaram a avalanche de ontem. Para ele, em locais de alto risco, legalizar empreendimentos é um equívoco.

 

FOLHA - O deslizamento em Ilha Grande é um desastre natural?
ÁLVARO RODRIGUES DOS SANTOS - Mesmo que exista um componente natural nesse episódio, ele é a serra do Mar. A ocupação de áreas instáveis potencializa bastante o risco de acidentes.

FOLHA - Esse raciocínio pode ser aplicado no caso específico de Ilha Grande, uma área que ainda tem morros preservados por matas?
SANTOS - A situação específica da praia do Bananal impede a ocupação do local. O risco natural é muito grande, por causa da inclinação e da instabilidade do terreno. E ainda pode ter ocorrido alguma mexida na encosta, no momento da construção.

FOLHA - A saída era proibir totalmente a ocupação do local?
SANTOS - Os planos diretores dos municípios que estão na serra do Mar, e eles vão de Santa Catarina ao Espírito Santo, precisam considerar radicalmente a instabilidade natural da serra do Mar. Em certos locais, empreendimentos não devem ser legalizados. Em outros, a ocupação pode existir, mas dentro de condições técnicas bastante rígidas.


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