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Carnaval 2008
Gaviões da Fiel empolga, mas engasga na decolagem
Na volta à elite, escola evoca Deus e diabo, mas defeitos em carros custarão pontos
A apresentadora Sabrina Sato cruzou mais de metade da avenida sambando com a mão no seio esquerdo para não deixar a fantasia cair
Raimundo Paccó/Folha Imagem
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Passistas da Gaviões da Fiel no desfile de abertura do Carnaval de São Paulo, ontem; enredo da escola foi sobre Santana de Parnaíba, município da região metropolitana conhecido por sua religiosidade
DA REPORTAGEM LOCAL
Num sambódromo lotado, a
Gaviões da Fiel abriu ontem, às
22h55, a primeira noite de desfiles do Carnaval de São Paulo
com uma mistura de Deus e
diabo em seu enredo.
Falando de Santana de Parnaíba, cidade da região metropolitana conhecida por sua religiosidade, a escola levou ao
Anhembi muita mulher bonita
-beldades como Sabrina Sato,
Lívia Andrade e a recém-saída
do BBB Jaqueline Khury- e
aproveitou para fazer referências opostas.
Na abre-alas, trajes de índios
e esculturas gigantes com seios
de fora, seguido do carro alegórico do Diabo Velho, referência
ao bandeirante Anhangüera, e
de alas como a das caveiras,
bruxas, fantasmas e demônios.
No final do desfile, alegorias
e fantasias de anjos, reprodução dos tapetes de serragem do
feriado de Corpus Christi e a
encenação da Paixão de Cristo,
que, em Santana de Parnaíba, é
considerada a segunda maior
representação no país.
A Gaviões da Fiel, que voltou
a subir neste ano ao Grupo Especial, conseguiu levantar a arquibancada -todos os 25 mil
ingressos foram vendidos. Mas
enfrentou dificuldades que poderão tirá-la da disputa pelo título. Logo no início, a escola teve problemas na iluminação do
escudo de seu abre-alas. O último carro, encenação da Paixão
de Cristo, passou apertado pela
avenida devido à sua largura, e
os mais de 4.000 componentes
tiveram que correr para não ultrapassar os 65 minutos limites
do desfile -algo que pode acarretar perda de pontos em harmonia e evolução.
Arrebentou
Ex-BBB e apresentadora do
"Pânico", da Rede TV, Sabrina
Sato, uma das estrelas da Gaviões, também passou por imprevistos. Ela cruzou mais de
metade do sambódromo sambando com a mão no seio esquerdo para não deixar a fantasia cair. O arranjo da cabeça
também ficou dependurado.
"Só não consegui dançar como queria porque a roupa toda
arrebentou", afirmou ela, com
maquiagem borrada, e que saiu
do Anhembi correndo.
Uma das passistas que se destacaram foi Sheila Silva, 28,
grávida de oito meses, muito
aplaudida pelo público. "O bebê
sente tudo aquilo que faço com
prazer. Foi ótimo", disse ela, no
final do desfile, que só queria ir
embora para descansar para o
dia seguinte -será a rainha do
Carnaval de Mogi das Cruzes.
A Acadêmicos do Tucuruvi
foi a segunda agremiação a entrar no Anhembi. Falando de
sorvete, sua comissão de frente
foi muito aplaudida, principalmente três crianças lançadas
ao ar em acrobacias -mas que
chegaram ao final do desfile
passando mal por conta do tecido quente da fantasia.
O carnavalesco Armando
Barbosa quis "esfriar" logo no
abre-alas, que jorrava neve artificial. Durante sua passagem,
foram distribuídos 10 mil picolés ao público. A escola, com
2.800 componentes, começou
com uma mistura de neve, frutas e mel. A última alegoria simulava uma sorveteria e exalava cheiro de sorvete de morango e de chocolate.
Uma das mais aplaudidas no
ano passado, a Unidos de Vila
Maria, vice-campeã em 2007,
homenagearia os cem anos da
imigração japonesa, com baianas vestidas de gueixas.
(ALESSANDRA BALLES, ALENCAR IZIDORO, AFRA BALAZINA E RICARDO WESTIN)
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