|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
TRANSPORTE
Governo revoga licitação do Metropass, que uniria metrô e trens, mas promete integração com ônibus municipal neste ano
Alckmin cancela "bilhete único" dos tucanos
DA REPORTAGEM LOCAL
O governo Geraldo Alckmin
(PSDB) decidiu revogar a licitação do Metropass, cartão magnético da rede estadual de transporte coletivo que seria usado inicialmente no Metrô e na CPTM
(Companhia Paulista de Trens
Metropolitanos) e que era visto
como um contraponto dos tucanos ao bilhete único adotado na
gestão Marta Suplicy (PT).
A concorrência para a implantação do Metropass -que, numa
segunda fase, seria estendido aos
ônibus intermunicipais- também previa a concessão à iniciativa privada, por 20 anos, das bilheterias do sistema sobre trilhos.
A assessoria de imprensa do
Metrô, empresa responsável pela
licitação, afirmou que a decisão
foi tomada para que seja lançada
uma nova proposta, baseada nas
regras das PPPs (Parcerias Público-Privadas). Não há, entretanto,
novas definições dos prazos. A
concorrência, no valor de R$ 1,4
bilhão, chegou a ser suspensa pelo
TCE (Tribunal de Contas do Estado) em dezembro de 2004, após
denúncias de "impropriedades"
feitas por prováveis participantes.
O governo Alckmin diz que isso
não impedirá a integração com
ônibus municipais neste ano. Na
prática, a tecnologia do bilhete
único deve ser adotada, ao menos
inicialmente, no sistema sobre trilhos -algo que enfrentava resistência do PSDB na gestão Marta
na Prefeitura de São Paulo, hoje
nas mãos do tucano José Serra.
O projeto do Metropass era previsto pelo Estado desde 1998, mas
não havia saído do papel até hoje
e era apontado pela gestão do
PSDB como um dos entraves para
a integração do metrô e dos trens
com os ônibus municipais na
época da implantação do bilhete
único, em maio de 2004.
Na ocasião, os governos Marta e
Alckmin divergiam sobre quem
bancaria custo de R$ 14 milhões
para instalar catracas eletrônicas
nas estações de metrô e trem para
ler o cartão da prefeitura. Tucanos
alegavam que não faria sentido
investir os recursos às vésperas da
adoção do Metropass, que faria
esse trabalho. Petistas diziam já
ter gasto no desenvolvimento da
tecnologia do bilhete único.
Assessores de Serra afirmam
que a nova decisão era inevitável
para viabilizar a integração dos
ônibus com a rede de trens e metrô ainda em 2005, conforme prometido. A gestão tucana anunciou a integração até dezembro,
mas pressiona para sair até junho.
O TCE julgaria hoje uma possível anulação da licitação do Metropass. Uma comissão da Assembléia Legislativa presidida pelo deputado Simão Pedro (PT) já
havia aprovado pedido dos metroviários para que a presidência
do Metrô desse explicações sobre
a proposta.
(ALENCAR IZIDORO)
Texto Anterior: Bares: Lei proíbe consumação mínima, mas cobrança de multa é vetada Próximo Texto: Objeto de desejo: Após furto, bola do penta é recuperada Índice
|