São Paulo, segunda-feira, 02 de março de 2009

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Transporte coletivo não acompanhou o boom de escritórios

DA REPORTAGEM LOCAL

A falta de opções de transporte coletivo -que se resumem a uma linha de trem, nenhum metrô e só 20 linhas de ônibus- e o boom de novos escritórios, onde circulam funcionários e clientes de diversas regiões, mostram que faltou planejamento urbano para acomodar as pessoas que trabalham na região da Berrini.
"Onde era possível fazer prédios, foram fazendo, com o menor número possível de garagens", diz o consultor de transportes Luiz Célio Bottura.
"A mesma exigência que é feita para a Berrini é feita, por exemplo, para Itaquera. A lei é a mesma, mas a Berrini tem mais demanda", diz o professor da Poli-USP e consultor de transportes Jaime Waisman.
Enquanto a Berrini é repleta de escritórios, as residências de Itaquera fazem do local dormitório para quem trabalha em outras áreas da cidade.
A prefeitura exige que cada prédio construído tenha um certo número de vagas, mas o cálculo é feito com base na área útil do prédio, e não na quantidade de pessoas que ele atrai.
A Berrini é servida pela linha 9-esmeralda da CPTM, que, com 31,8 km de extensão, liga Grajaú, no extremo sul, a Osasco, sem integração com metrô.
"[O trem] é abarrotado, misericórdia", diz Juliana Caccuri, 23, que prefere chegar com seu carro às 6h20, estacionar na rua e esperar até as 8h30, quando inicia seu expediente.
"O cidadão de alta renda é muito refratário ao transporte público, é uma questão de preconceito", diz Jaime Waisman, da Poli-USP, admitindo que a má qualidade do sistema também contribui para isso.
Segundo os especialistas, o fato de as pessoas ocuparem uma vaga durante o dia inteiro é uma forma de privatização do espaço público, que cria obstáculo ao fluxo das vias. Para eles, a Zona Azul seria uma alternativa para que mais carros estacionassem ao longo do dia. (MB)



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