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Empresas aéreas ignoram norma de acessibilidade
Aparelho elevatório para deficientes físicos está disponível em apenas 10 dos 67 aeroportos administrados pela Infraero
Segundo regra da Anac, companhias aéreas têm de disponibilizar elevador para cadeirantes quando o embarque é feito na pista
EDUARDO GERAQUE
DA REPORTAGEM LOCAL
A tensão de uma viagem aérea para pessoas com deficiência física no Brasil, muitas vezes, pode atingir o seu pico antes mesmo da entrada no avião.
Ao contrário do que exige
uma norma editada pela Anac
(Agência Nacional de Aviação
Civil) há três anos, 57 aeroportos administrados pela Infraero, de um total de 67, não têm
plataformas elevatórias.
O equipamento é considerado o mais seguro para colocar
as pessoas que usam cadeira de
rodas ou estão em uma maca
dentro de um avião. Eles são
fundamentais quando a subida
na aeronave precisa ser feita a
partir do próprio pátio.
Vários aeroportos não têm
pontes de embarque. Mesmo
naqueles que possuem essas estruturas, os aviões podem parar
na "posição remota" -longe do
edifício de embarque.
Apenas dez aeroportos têm o
chamado "ambulift", nome
mais usado para o elevador. Os
equipamentos estão em Brasília, Fortaleza, Goiânia, Porto
Velho, Recife, Rio Branco, Rio
de Janeiro, Grande São Paulo
(Congonhas e Guarulhos) e
Uberlândia.
A norma, que passou a valer
em 2008, diz que toda companhia aérea deve oferecer "veículos equipados com elevadores ou outros dispositivos apropriados" quando o avião não estiver acoplado ao prédio do
próprio aeroporto.
Nos pátios aeroportuários
nacionais, entretanto, cenas
que refletem a improvisação
costumam ocorrer, indicando
que não existe nem ambulift
nem uma alternativa segura.
"Aqui em João Pessoa, para
embarcar ou desembarcar, são
necessários dois funcionários
da companhia para levantar a
cadeira [de rodas] e subir aquelas escadas. É muito desagradável", afirma Franswillame Oliveira da Silva, que há dois anos
sofreu um acidente de moto e
ficou paraplégico. Na capital da
Paraíba, não existem pontes de
embarque. Os aviões estacionam no próprio pátio.
A TAM diz que a quantidade
de ambulifts é suficiente para
atender à demanda. A empresa
tem cinco aparelhos próprios.
Nos demais casos, ela usa os da
Infraero, que cobra, em média,
R$ 100 por uso, diz a TAM.
A Gol, que não tem ambulift
próprio, disse que tem pessoal
treinado para superar qualquer
tipo de obstáculo que possa
existir no embarque ou no desembarque dos passageiros
com necessidades especiais.
A norma da Anac também
lista exigências para o passageiro. O consumidor especial, para
ter um atendimento digno, precisa informar suas necessidades com 72 horas de antecedência ao embarque.
A agência reguladora registrou só 221 reclamações em
2009 relacionadas à acessibilidade em aeroportos. Menos de
1% do total. Por isso, a Anac recomenda que, após qualquer
problema, os usuários devem
formalizar suas reclamações
nos balcões do órgão.
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