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Estados desviam verba da saúde, diz governo
Ministério afirma que governos de SP, MG, DF, RS, PI e RR contabilizam gastos de outras áreas como da saúde
RICARDO WESTIN
DA REPORTAGEM LOCAL
Auditorias do Ministério da
Saúde acusam governos estaduais de aplicarem mal ou desviarem para outros projetos
verbas destinadas à saúde.
Entre os problemas apontados, estão dinheiro parado no
banco -ou "aplicação no mercado financeiro", segundo os
relatórios-, uso das verbas no
pagamento da dívida pública,
investimentos em saúde inferiores ao mínimo obrigatório e
contabilização de gastos em saneamento básico, sistema prisional e aposentadorias como
se fossem para saúde.
A Folha teve acesso às auditorias feitas em São Paulo, Minas Gerais, Distrito Federal,
Piauí, Roraima e Rio Grande do
Sul. Os Estados negam os problemas apontados.
Os fiscais visitaram todas as
27 unidades da Federação no
ano passado para verificar o
cumprimento da emenda constitucional 29, o trecho da Constituição que determina que os
governos devem destinar no
mínimo 12% de suas receitas à
saúde. Os auditores analisaram
as contas de 2006 e 2007.
São Paulo contabilizou como
despesas com saúde gastos
com assistência médica e
odontológica da Polícia Militar,
alimentação de presidiários e o
programa social Viva Leite. O
Distrito Federal fez o mesmo
com educação e indenizações
ordenadas pela Justiça. Roraima incluiu contribuições previdenciárias. Minas Gerais,
aposentadorias. Piauí e Rio
Grande do Sul, saneamento.
Segundo as auditorias, "o
problema da saúde pública não
é de falta de recursos financeiros, e sim de bons gerentes".
O governador que desrespeita a norma não é punido porque a emenda 29 tem uma redação genérica, o que abre espaço para interpretações subjetivas. Um projeto de lei que
diz exatamente o que pode e o
que não pode ser contabilizado
como saúde pública está em
análise no Congresso Nacional
há quase dez anos.
A Folha solicitou ao Ministério da Saúde os relatórios dos
demais 21 Estados. O ministério respondeu que não enviaria
nenhum até que todos estivessem prontos, no fim deste mês.
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