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MARINO CAFUNDÓ DE MORAES (1921-2010)
Tenente Cafundó, maestro da orquestra dos violeiros
ESTÊVÃO BERTONI
DA REPORTAGEM LOCAL
No porão de uma igreja em
Osasco, na Grande São Paulo,
o tenente Marino Cafundó de
Moraes reuniu seus homens.
Só que aqueles que ali se encontravam eram violeiros, o
agrupamento tinha o nome
de Orquestra dos Violeiros de
Osasco, e o tenente exercia
outra função: a de maestro.
Natural da pequena Angatuba, a 214 km de São Paulo,
Marino era um homem apaixonado pelo campo que seguiu até 1964 a carreira militar, chegando a tenente.
Depois disso, como conta o
filho José Carlos, ele se dedicou ao folclore brasileiro. No
início dos anos 70, criou oficialmente a Casa dos Violeiros do Brasil -que abarca a
orquestra- para preservar e
divulgar a música sertaneja.
A primeira missa cantada
com violeiros foi organizada
por ele, que também passou a
viajar levando a orquestra para se apresentar -o grupo teve mais de cem integrantes.
Instrumento mesmo, ele
até tocava um pouco, de ouvido, mas seu papel era reger os
músicos. Conhecia partitura
e escrevia os arranjos.
Chegou a ser vereador por
dois mandatos, sem o objetivo de seguir a política -era
um entusiasta das coisas brasileiras, segundo o filho.
Centrado e disciplinado, foi
também secretário municipal
de Saúde, pois tinha uma boa
capacidade de organização.
Presidiu ainda o instituto de
previdência da cidade.
Aos 80, descobriu um câncer de próstata e passou a sofrer de diabetes. Morreu anteontem, aos 88 anos, após
parada cardíaca. Teve dois filhos, três netos e um bisneto.
coluna.obituario@uol.com.br
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