São Paulo, terça-feira, 02 de março de 2010

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MARINO CAFUNDÓ DE MORAES (1921-2010)

Tenente Cafundó, maestro da orquestra dos violeiros

ESTÊVÃO BERTONI
DA REPORTAGEM LOCAL

No porão de uma igreja em Osasco, na Grande São Paulo, o tenente Marino Cafundó de Moraes reuniu seus homens.
Só que aqueles que ali se encontravam eram violeiros, o agrupamento tinha o nome de Orquestra dos Violeiros de Osasco, e o tenente exercia outra função: a de maestro.
Natural da pequena Angatuba, a 214 km de São Paulo, Marino era um homem apaixonado pelo campo que seguiu até 1964 a carreira militar, chegando a tenente.
Depois disso, como conta o filho José Carlos, ele se dedicou ao folclore brasileiro. No início dos anos 70, criou oficialmente a Casa dos Violeiros do Brasil -que abarca a orquestra- para preservar e divulgar a música sertaneja.
A primeira missa cantada com violeiros foi organizada por ele, que também passou a viajar levando a orquestra para se apresentar -o grupo teve mais de cem integrantes.
Instrumento mesmo, ele até tocava um pouco, de ouvido, mas seu papel era reger os músicos. Conhecia partitura e escrevia os arranjos.
Chegou a ser vereador por dois mandatos, sem o objetivo de seguir a política -era um entusiasta das coisas brasileiras, segundo o filho.
Centrado e disciplinado, foi também secretário municipal de Saúde, pois tinha uma boa capacidade de organização.
Presidiu ainda o instituto de previdência da cidade.
Aos 80, descobriu um câncer de próstata e passou a sofrer de diabetes. Morreu anteontem, aos 88 anos, após parada cardíaca. Teve dois filhos, três netos e um bisneto.

coluna.obituario@uol.com.br


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