São Paulo, quarta-feira, 02 de março de 2011

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Saulo diz que ignorava empresa de Kahn

Secretário de Transportes nega ter aconselhado sociólogo a abrir negócio quando o contratou para cargo na Segurança

Ele afirmou que nem sabia que Túlio Kahn, indicado ao cargo em 2003, era sócio da Angra Consultoria

Eduardo Knapp-10.set.2007/Folhapress
Túlio Kahn (à dir.) com Saulo, então secretário de Segurança Pública, que diz não ter aconselhado Kahn a abrir a empresa

DE SÃO PAULO

Saulo de Castro, atual secretário de Transportes de SP, disse por meio de sua assessoria que não aconselhou Túlio Kahn a abrir uma empresa quando o contratou para a CAP (Coordenadoria de Análise e Planejamento).
Kahn foi indicado ao cargo em 2003. À época, Saulo era o titular da Segurança Pública, nomeado pelo governador Geraldo Alckmin, em seu primeiro mandato (2003-06).
O secretário disse que nem sabia que Kahn era sócio da Angra Consultoria e Representação Comercial.
Saulo confirmou que foi na sua gestão que o Sindicato das Empresas de Transporte de Cargas de SP passou a pagar o salário de dois funcionários para trabalhar dentro da CAP no levantamento de dados sobre roubo de cargas.
São funcionários privados, pagos por uma entidade privada, com acesso a informações sigilosas. O sindicato diz que o acordo é legal.
Segundo o secretário, essa parceria foi feita porque havia dados muito díspares sobre roubo e furto de cargas entre o banco de dados da secretaria e o do sindicato.
Ele disse que, na sua visão, o sindicato não representa interesses particulares -já que é o porta-voz de um grupo de empresas.
Saulo tem grande influência no atual governo de Alckmin, mas perdeu parte da ascendência em sua área de origem -a segurança. Ele e secretário Ferreira Pinto travam disputa nos bastidores para ver quem tem mais influência sobre Alckmin.

COMPLEMENTO
Anteontem, Kahn disse à Folha que a criação da empresa de consultoria foi feita sob orientação do governo.
Segundo ele, a empresa foi sugerida como forma de complementar o salário de R$ 5.000 de que o Estado dispunha para pagá-lo. Com a empresa, segundo Kahn, seria possível passar notas por serviços de consultoria a outros órgãos e receber um complemento salarial.


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