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SAÚDE/GERIATRIA
Atividades são recomendadas para aqueles que têm mal de Alzheimer ou de Parkinson
Exercício melhora condição física e memória de idosos
CONSTANÇA TATSCH
DA REDAÇÃO
Muita gente corre a vida inteira
e pensa que, quando a velhice
chegar, será o momento de ficar
sentado no sofá. Mas estudos indicam um outro caminho a seguir. O exercício físico para pessoas com mais de 60 anos, além de
fazer bem para o corpo, ajuda a
mente, melhorando a memória e
o raciocínio. Pacientes com mal
de Alzheimer e Parkinson podem
retardar o avanço da doença.
Estudo realizado na Unifesp
com 65 idosos -submetidos durante seis meses a um programa
de musculação- apontou melhora sensível nas funções cognitivas, como memória, raciocínio,
percepção e coordenação motora.
"Alguns iam com lista ao supermercado e dispensaram o papel.
Tamanha confiança de que iam
lembrar", conta Ricardo Cassilhas, profissional de educação física que comandou a pesquisa.
O humor dos voluntários também melhorou. Só por sair de casa e conhecer pessoas, houve diminuição da depressão e ansiedade. Com o fim do estudo, a maioria tem intenção de continuar se
exercitando. "Eles não queriam
perder o que tinham ganhado."
Antes de começar uma atividade física, muitas pessoas ficam reticentes. "Uns acham que não fizeram nada a vida toda e não vão
começar depois de velhos. Outros
se sentem excluídos de ambientes
como academias", afirma Cassilhas. Não há restrição ao fato de
ter sido sedentário, desde que tenha acompanhamento médico.
"É animador. Se a gente conseguir modificar determinados hábitos, diminui o risco de doenças
e melhora a qualidade de vida do
idoso e da família", afirma Cássio
Bottino, coordenador do Projeto
Terceira Idade do Instituto de Psiquiatria do HC. Às vezes, os parentes acreditam que mantê-lo
dentro de casa é o melhor. "Superproteção é algo que a gente
combate. O familiar não deve fazer nada que o paciente é capaz."
Pesquisas comprovam que a
atividade física também é recomendada para quem tem Alzheimer ou Parkinson. "Se é um momento em que a memória está começando a declinar e a gente pode
usar alguma coisa que a faça melhorar ou estabilizar, é um ganho", diz Cybelle Maria Costa Diniz, geriatra e diretora científica
da Abraz (Associação Brasileira
de Alzheimer). "Para o paciente
com doença de Parkinson, o primeiro tratamento, às vezes até antes do remédio, é exercício físico."
A atividade física representa um
novo mundo para o idoso, no
qual ele não precisa estar só. "Trabalho com a afetividade. A gente
tenta se tornar um amigo dessa
pessoa, não só um terapeuta que
vai lá realizar movimentos", diz o
professor de educação física Carlos Eduardo de Carvalho Afonso.
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