Funcionários da Petrobras estavam na aeronave; causa é desconhecida

MARIO HUGO MONKEN
ENVIADO ESPECIAL A RIO BONITO

Dezessete passageiros e dois tripulantes morreram na queda de um avião bimotor da companhia aérea Team. Entre as vítimas estão quatro funcionários da Petrobras e cinco empregados da construtora Hochtief, de São Paulo, que prestavam serviço à estatal em Macaé, no norte fluminense. Não houve sobreviventes à queda ocorrida na sexta-feira.
Até a conclusão desta edição, a Anac (Agência Nacional de Aviação Civil) não havia revelado as causas do acidente.
Foi o maior desastre aéreo no Brasil desde a queda do Fokker 100 da TAM, em 1996, após decolar do aeroporto de Congonhas em São Paulo. Naquele acidente, 101 pessoas morreram.
O avião saiu de Macaé (188 km da capital fluminense) com destino ao Rio de Janeiro, bateu contra o pico da Pedra Bonita e explodiu.
Todos os ocupantes foram carbonizados e alguns corpos ficaram mutilados, segundo o Corpo de Bombeiros.
Morreram os engenheiros da Petrobras Leila Ventura Abreu, Marcio de Castro Pereira e Marcelo Oliveira e o geólogo Milton Souza. De acordo com a estatal, os quatro eram funcionários sêniores. Marcelo Oliveira era gerente da Petrobras no Espírito Santo.
A maioria das vítimas era de outros Estados e prestava serviços na área de petróleo. De acordo com o Instituto Médico Legal, oito ou nove corpos têm condição de serem reconhecidos. A identificação dos demais terá de ser feita pela arcada dentária ou por exame de DNA. No segundo caso, a previsão é que o resultado demore de 20 a 30 dias.
O avião deixou Macaé às 17h19 de sexta e fez o último contato com a torre de controle às 17h35. Pouco depois, houve o choque contra o morro e uma explosão.
Destroços da aeronave caíram em uma área de vegetação fechada e de difícil acesso, o que prejudicou as buscas.
O Corpo de Bombeiros localizou a aeronave por volta das 2h50 de ontem. O primeiro corpo só foi resgatado, de helicóptero, quase nove horas depois porque a Anac fazia uma perícia no local. O resgate terminou às 13h, quando os corpos seguiram para o Instituto Médico Legal do Rio de Janeiro.
O resgate foi demorado por causa do tempo encoberto, que tornava arriscado o sobrevôo dos helicópteros.
A Team atua na aviação comercial desde 2001. O bimotor tinha capacidade para 21 pessoas, sendo 19 passageiros e dois tripulantes. A aeronave tinha seis ou sete anos de uso.

Possíveis causas
O comandante-geral do Corpo de Bombeiros, coronel Carlos Roberto de Carvalho, disse acreditar que a pouca visibilidade do local possa ter provocado a queda. Chovia muito na região, e o morro estava coberto pela neblina no momento do acidente. O oficial disse que as causas do acidente só poderão ser identificadas depois da análise da caixa-preta do avião.
O local onde ocorreu o acidente está na rota aérea de aeronaves quem vêm do Nordeste, do norte fluminense e da Região dos Lagos em direção ao Rio de Janeiro.