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OUTRO LADO
Meta era adubar, diz empresa
DA SUCURSAL DO RIO
A Petrobras apresentou duas
explicações para a localização pela polícia de tambores abandonados e de toneladas de lama despejadas ao lado dos manguezais da
Reduc (Refinaria Duque de Caxias), em Duque de Caxias.
Segundo a versão da empresa,
os cerca de cem tambores não puderam ser retirados do local por
causa das chuvas fortes ocorridas
no final de janeiro.
Uma estrada de terra, único
acesso ao terreno onde os tambores estavam depositados, teria virado um lamaçal, impedindo a
passagem de caminhões.
O despejo da lama ao lado do
manguezal teve o objetivo de iniciar um projeto de regeneração
do solo, de acordo com a Petrobras e a Reduc.
O despejo do material não foi
autorizado pelos órgãos ambientais. Os mangues são áreas de preservação permanente e protegidos pela legislação ambiental.
Indiciado no inquérito da Delegacia de Proteção ao Meio Ambiente, o gerente-geral da refinaria, Kleiber Castilho, disse à Folha
que havia nos tambores resíduos
da produção misturados à água e
"muita terra".
Os resíduos e a terra encontrados no local seriam provenientes
da limpeza das canaletas do sistema de drenagem da refinaria.
Castilho disse que, a partir da
vistoria realizada pela equipe policial, os tambores foram retirados do local em dois dias.
"Talvez a gente pudesse ter adotado um procedimento melhor,
mas não houve prejuízo ao meio
ambiente. Foi um episódio eventual. O local ficou isolado pelas
chuvas", afirmou Castilho.
Quanto à lama, o gerente-geral
disse não haver risco de contaminação ambiental por rejeitos industriais e metais pesados.
"Jamais colocaríamos ali algo
que representasse um perigo de
contaminação", disse ele.
Adubo
O coordenador de Meio Ambiente da Reduc, Carlos Antônio
Machado Santos, disse que a lama
serve como uma espécie de adubo
para que a área vizinha aos manguezais passe por um processo de
regeneração vegetal.
"O solo é pobre em nutrientes.
Precisamos usar matéria orgânica
para ativá-lo. Essa lama é matéria
orgânica tirada do fundo da baía e
do canal. É solo de mangue", afirmou Santos.
Também indiciado no inquérito, ele, como Castilho, não reclamou da atuação da DPMA.
"Os policiais não foram arbitrários. Estão fazendo o trabalho deles", afirmou.
Para Santos, a tonelagem da lama está superestimada pela polícia. Ele afirmou calcular haver no
máximo 10 mil toneladas no local,
despejadas em janeiro, durante
duas semanas.
(ST)
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