São Paulo, domingo, 02 de maio de 2004

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TRANSPORTES

Maior parte dos ônibus sai antes do indicado

Horários de terminais inteligentes não são respeitados por motoristas

DO "AGORA"

Os terminais inteligentes de ônibus de São Paulo -dotados de tecnologia que inclui painéis e luminosos que informam o horário que determinada linha chegará no ponto- não são respeitados pelos motoristas.
A reportagem esteve em quatro terminais de corredores de ônibus -Lapa (zona oeste), Pirituba (zona norte), Bandeira (centro) e Santo Amaro (zona sul)- e checou a movimentação de 12 linhas diferentes, em 54 partidas.
Do total, 49 saídas (92%) foram feitas em horários diferentes daqueles informados pelos painéis eletrônicos. Apenas cinco saídas referentes a três linhas saíram do terminal no horário correto. Das 49 que estavam erradas, 35 delas saíram antes do horário estabelecido. Outras 13 atrasaram.
Algumas linhas pularam horários, como no caso da Estação da Luz, no Terminal Santo Amaro. Às 7h20 da última sexta, um carro deixou o terminal. O intervalo estabelecido para que outro ônibus viesse era de 13 minutos, mas o carro apareceu apenas às 7h45, 25 minutos depois.
Já a linha Morro Grande -que sai do Terminal da Lapa rumo à zona norte- foi a única pesquisada que saiu no horário duas vezes consecutivas, dentro do período estabelecido no painel eletrônico. "[O Motorista] só consegue sair no horário se tiver vários carros esperando para entrar no ponto", disse um motorista que não quis se identificar.
O mais "apressadinho" foi o Terminal Pedro 2º (linha 2002/ 10), que sai do Terminal Bandeira (centro). Cada linha deveria aparecer com intervalo de 15 minutos, só que, num intervalo de 13 minutos (das 19h21 às 19h34), passaram pelo ponto cinco ônibus, quando na verdade deveria aparecer apenas um.
"Nem sei por que eles colocam essas placas", disse o porteiro Franklin Muniz, 25.
Os passageiros se dividem ao falar da utilidade dos painéis eletrônicos, mas a tendência da maioria é a indiferença.

Tecnologia
O monitoramento eletrônico é baseado na tecnologia GPS (sistema de posicionamento global), criada pelo Departamento de Defesa dos EUA no início da década de 60 e que entrou em operação a partir de 1995.
É formado por 24 satélites que orbitam a terra a 20.200 km de altitude e está sendo largamente utilizado na agricultura e também por empresas de segurança que precisam localizar veículos. A SPTrans não informou o total investido pela Prefeitura de São Paulo no projeto, nem as especificações de cada terminal.


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