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Cidades vizinhas elevam média de homicídios na região de Ribeirão
Assassinatos saltaram de 49 no primeiro trimestre de 2008 para 67 neste ano
LUCAS REIS
DA FOLHA RIBEIRÃO
Nenhuma região registrou
um aumento tão grande de assassinatos em São Paulo como
a de Ribeirão Preto, que reúne
93 cidades e é uma das mais ricas do Estado -concentra as
principais usinas e plantações
de cana-de-açúcar do país.
Segundo a Secretaria da Segurança Pública, os casos de
homicídios dolosos (com intenção) nos três primeiros meses de 2009 subiram 36,7% na
região -de 49 no primeiro trimestre de 2008 para 67 no
mesmo período deste ano.
A região de São José do Rio
Preto ficou em segundo lugar
no ranking estadual do avanço
da criminalidade, com aumento de 23%, passando de 26 para
32 homicídios no período.
Na região de Ribeirão, o
avanço foi maior percentualmente em cidades pequenas,
como Ibaté (28 mil habitantes),
que neste primeiro trimestre
teve quatro casos. Em todo o
ano passado, foram só dois.
Dos 67 homicídios do primeiro trimestre, 61% se concentraram em dez cidades
-que inclui as maiores, como
Ribeirão, Franca, São Carlos e
Araraquara. Entre as quatro
grandes cidades, no entanto,
Ribeirão e São Carlos registraram queda de homicídios.
A Folha não localizou ontem
delegados para comentar os
motivos do aumento, mas para
José Vicente da Silva Filho, ex-secretário nacional da Segurança Pública no governo de
FHC, "não se pode atribuir o
aumento da criminalidade puramente a uma questão social,
como o desemprego e a crise".
Para Vicente Filho, é difícil
chegar a uma conclusão sobre o
aumento da criminalidade nas
cidades menores. Mas afirma
que o aumento generalizado
dos crimes em todo o Estado
tem uma provável causa: a greve da Polícia Civil, de setembro
a novembro do ano passado.
O presidente da Associação
dos Delegados de São Paulo,
Sérgio Roque, disse que a avaliação é equivocada. Para ele,
há uma série de fatores que explicam o aumento de criminalidade em pequenos municípios.
Ele cita o êxodo rural, a falta
de efetivo das polícias e o sistema de segurança ultrapassado
-como o fato de as polícias Civil e Militar não terem um sistema de inteligência unificado.
No início do ano, o coronel
Daniel Rodrigueiro, subcomandante-geral da PM, deu à
Folha outra explicação para o
aumento da violência na região.
"Temos recebido muitos nordestinos nas plantações de cana-de-açúcar, o que altera a sistemática do interior", disse.
Menos mortes na capital
Nas 11 regiões nas quais o Estado é dividido pela secretaria,
houve queda em quatro, incluindo a capital e a Grande São
Paulo. A maior queda ocorreu
em Presidente Prudente.
"O importante agora é analisar as hipóteses para se chegar
a uma conclusão [sobre o aumento]", disse Silva Filho.
Colaborou ROGÉRIO PAGNAN, da Reportagem Local
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