São Paulo, segunda-feira, 02 de maio de 2011

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Interdição não tem hora para acabar

Pilotos da Indy ainda têm mais de uma hora de competição; prefeitura diz que cidade precisa lidar "com essa situação"

SPTuris afirma que já sabia que o adiamento poderia acontecer; para especialistas, é preciso ter um bom plano B

Adriano Vizoni/Folhapress
O piloto australiano Will Power , da equipe Penske, durante corrida da Indy

DE SÃO PAULO

O que era para ter sido uma grande festa ontem, poderá virar um transtorno para o paulistano nesta manhã.
A prefeitura liberou a continuação da etapa de rua da Indy, interrompida ontem por causa da chuva e de fortes ventos, para hoje, às 9h, em plena marginal Tietê, uma das vias mais congestionadas de São Paulo.
Para o diretor de eventos da SPTuris, Everaldo Dourado Junior, não haverá prejuízos para a cidade.
"Quando a cidade assumiu esse evento, já sabia de possíveis eventualidades e se prepara para isso", disse ele.
"Sabíamos da possibilidade de transferência para o dia seguinte, e este é o regulamento. A cidade tem que lidar com essa situação."
Segundo Frederico Nogueira, vice-presidente da Band, as despesas pelo adiamento serão todas bancadas pelo Grupo Bandeirantes, organizador do evento.
O prefeito Gilberto Kassab, que abriu o evento, não compareceu na coletiva sobre sobre a prova ontem à noite.
Segundo os organizadores, realizar a prova hoje foi uma decisão conjunta.
Diariamente, circula em média na marginal Tietê 1,2 milhão de veículos.
Especialistas ouvidos pela Folha disseram ontem que a prefeitura precisa ter um bom plano B para minimizar os problemas no trânsito e que o impacto na cidade é imprevisível, mas pode haver um dos maiores congestionamentos do ano.
Na última segunda, a marginal foi a via com maior congestionamento na cidade. Pela manhã, o horário mais carregado foi às 10h, quando a CET (Companhia de Engenharia de Tráfego) registrou 9,4 km de congestionamento na pista expressa sentido Castello Branco. Ao todo, a via tem 24 km.
O trecho interditado por causa da prova é justamente neste sentido, na pista local, entre as pontes da Casa Verde e das Bandeiras.
Este trecho está bloqueado desde as 22h da última quinta-feira, assim como outras vias na região do Anhembi (na zona norte).
A previsão inicial era de que essas vias interditadas por conta da Indy fossem liberadas às 5h de hoje.
Os mesmos bloqueios serão mantidos hoje.
Na última sexta-feira, primeiro dia das interdições por conta da Indy, a marginal Tietê registrou 11 km de congestionamento por volta das 10h. Na sexta-feira útil anterior (dia 15, já que dia 22 foi feriado), o pico de congestionamento foi de 5,3 km.
A CET disse que as interdições serão desfeitas logo após o final da corrida.
Mas não se sabe quanto tempo a prova vai durar. Ainda resta uma hora e 20 minutos de prova, mas novas paralisações podem prolongá-la por mais tempo.
A previsão do tempo é de mais chuva na manhã de hoje em São Paulo.

ADIAMENTOS
Adiamentos na Indy não são uma raridade.
Como a categoria disputa boa parte de seu campeonato em circuitos ovais, onde não é permitido por regulamento correr com chuva devido ao grande risco para os pilotos, muitas vezes as provas têm de ser remarcadas.
Houve casos em que uma prova foi adiada duas vezes.
Antes do adiamento de ontem, em São Paulo, a última vez que uma etapa da Indy havia sido postergada tinha sido na temporada passada, em St. Petersburg, na Flórida (EUA), que assim como acontece no Brasil, é feita na rua.
Além do trânsito, os norte-americanos tiveram de enfrentar um problema maior, já que parte do traçado utiliza uma das duas pistas de pouso do aeroporto local.
Voos tiveram de ser remarcados e enviados para outros aeroportos para que a corrida pudesse continuar.

(TALITA BEDINELLI, ESTÊVÃO BERTONI, TATIANA CUNHA, CAROLINA ARAÚJO, ANDRÉ MONTEIRO e RAPHAEL MARCHIORI)


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