São Paulo, segunda-feira, 02 de maio de 2011

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ANÁLISE

Gravidade das agressões ainda é pouco compreendida

LÚCIA CAVALCANTI DE
ALBUQUERQUE WILLIAMS
ESPECIAL PARA A FOLHA

Ainda sensibilizados com o massacre em Realengo, percebe-se uma dificuldade em aprofundar a discussão sobre o bullying, ora minimizando-o, ora exagerando fatos com sensacionalismo. Especialistas afirmaram que o bullying em si não explicaria o ato brutal no Rio. Sobre isso cabe perguntar: desde quando o comportamento humano pode ser explicado por um só fator? Todos os nossos atos (violentos ou não) resultam da associação de múltiplos fatores, tanto ambientais quanto biológicos.
As escolas geralmente encontram dificuldade para identificar o problema e acabam confundindo bullying com brincadeiras, ignorando a gravidade para todos.
Há, também, muita pressão na escola. Admitir níveis elevados de bullying poderia afugentar pais e alunos.
Reconhecer que o problema existe seria o primeiro passo para combatê-lo.
Cabe lembrar que o tipo mais frequente de bullying não envolve violência física e sim psicológica.
Há, ainda, pouca compreensão sobre a gravidade dessas violações de direito e o quanto sua prática repetitiva pode ser prejudicial à saúde, sendo inclusive fatal.
Espero que a situação seja revertida, promovendo um gigantesco esforço nacional para conhecer e enfrentar o problema de forma eficiente.

LÚCIA CAVALCANTI DE ALBUQUERQUE WILLIAMS é professora titular do departamento de psicologia da UFSCar


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