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Força tática da PM recebe R$ 5,7 mi
CRISPIM ALVES
da Reportagem Local
A Secretaria da Segurança Pública de São Paulo investiu mais de
R$ 5,7 milhões no projeto do comando da Polícia Militar que cria
as chamadas forças táticas.
O dinheiro foi gasto com a compra de 183 picapes Blazer. O primeiro lote, com 79 carros, foi entregue ontem pela manhã em Ermelino Matarazzo, na zona leste.
As forças táticas foram criadas
anteontem, quando o coronel
Carlos Alberto de Camargo, comandante-geral da PM, assinou
uma portaria na qual extinguiu as
companhias administrativas de
cada batalhão e as transformou
em companhias táticas.
Antes, cada batalhão da PM era
constituído por três companhias
de policiamento e uma de serviços
especializada em reparos e na administração do quartel.
O que Camargo fez foi transformar essas companhias de serviços
nas novas forças táticas, que funcionarão como uma espécie de
tropa de choque, com mobilidade
estratégica para combater determinada modalidade de crime.
Apesar da mudança, as companhias, que passarão por treinamento, não perdem o caráter administrativo. Tecnicamente, haverá acúmulo de funções.
A criação das forças táticas foi
criticada por dois coronéis da PM
entrevistados pela Folha. Segundo
esses oficiais, que pediram para
não ser identificados, a extinção
das companhias de serviço pode
acabar estrangulando toda parte
administrativa da corporação.
Os dois lembraram que mudança parecida foi tentada quando a
PM era comandada pelo coronel
José Francisco Profício, que criou
a chamada Operação Beta, que
também empregava pessoal administrativo no policiamento tático.
"Na época, acabou criando um
embaraço porque a parte administrativa acabou emperrando. Foi
um fracasso porque houve muito
desgaste do pessoal administrativo, que acumulou uma função a
mais", disse um dos coronéis.
O outro oficial citou ainda que o
pessoal administrativo não tem familiaridade com o policiamento
de rua, o que poderia aumentar o
número de PMs mortos.
"É até uma imbecilidade alguém pensar que vou pegar um
datilógrafo e dar para ele uma calibre 12. É má-fé. A companhia tática vai ser a mais técnica do batalhão", afirmou Camargo.
"O que está acontecendo na PM
é uma mudança de paradigma. Isso gera alguma insegurança e pode gerar alguma resistência, mas é
uma coisa normal."
Segundo Camargo, não há a menor chance de a parte administrativa da corporação acabar sendo
estrangulada porque cada companhia tática vai ter um pelotão responsável por esse serviço. Além
das picapes, a PM também recebeu 149 motos e 59 peruas.
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