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Queda de laje de prédio histórico mata homem
Acidente ocorreu na Hospedaria dos Imigrantes de Santos, erguida em 1912
Prefeitura diz que catadores de ferro-velho e moradores de rua vinham retirando as vigas de sustentação; uma outra pessoa ficou ferida
MARIANA CAMPOS
DA AGÊNCIA FOLHA, EM SANTOS
Parte da laje do prédio da
Hospedaria dos Imigrantes, em
Santos, litoral sul de São Paulo,
desabou por volta das 12h15 de
ontem, matando um homem e
deixando outro ferido.
O prédio histórico, que se encontra em estado de deterioração, foi cedido pelo Estado à
Unifesp (Universidade Federal
de São Paulo), em agosto do ano
passado, para a instalação de
um novo campus no local.
A construção, de 1912, é uma
das mais importantes da cidade
(leia texto nesta página).
A queda da laje deixou Carlos
Alberto Rangel dos Santos, 51,
ferido e matou o outro homem,
ainda não identificado pela polícia, cujo corpo foi dividido em
duas partes no desabamento.
Até a conclusão desta edição,
Santos seguia internado. A polícia espera sua recuperação
para ver se ele consegue identificar a outra vítima do desabamento.
De acordo com o coordenador da Defesa Civil de Santos,
Luiz Marcos Albino, há algum
tempo moradores de rua ou catadores de ferro-velho têm invadido o imóvel para retirar vigas metálicas da estrutura. As
peças eram depois trocadas por
outros objetos ou vendidas.
"Essa retirada está prejudicando a estabilidade das lajes.
O saldo, hoje [ontem], de uma
intervenção dessa natureza foi
de um morto e um ferido", afirmou Albino. Ele disse que a
área total da laje era estimada
em aproximadamente 250 metros quadrados, mas que parte
dela já havia sido retirada antes
do desabamento.
Segundo Albino, o homem
que morreu estava marretando
a laje para retirar as vigas de
metal quando ela desabou.
Perícia
O delegado Antonio de Pádua
Brito, do 4º Distrito Policial,
afirmou que espera uma perícia no local do desabamento
para detectar as causas do acidente de ontem.
O prédio da hospedaria era
cercado por uma grade para
evitar invasões.
A Prefeitura de Santos informou que não tem mais responsabilidade pelo prédio já que
ele foi cedido pelo governo do
Estado à Unifesp.
A Unifesp afirmou ontem,
por meio de nota, que aguarda a
posse definitiva do edifício para
iniciar as obras de recuperação
na hospedaria.
De acordo com o texto, a Unifesp recebeu do governo estadual, em agosto do ano passado,
a cessão provisória do terreno
para instalar uma parte do
campus Baixada Santista.
"O processo de cessão definitiva foi encaminhado à Assembléia Legislativa. No momento,
ainda tramita no Legislativo,
tendo sido aprovado na Comissão de Constituição e Justiça.
Até que a tramitação seja concluída e o ato seja publicado, a
Unifesp não tem a posse definitiva do terreno e, portanto, não
pode iniciar qualquer tipo de
restauro ou reforma no local",
afirma o documento.
O imóvel é tombado pelo patrimônio de Santos e funcionou
como armazém de bananas
destinadas à exportação.
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