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BC decide que nota com tinta rosa não tem valor
Banco Central adota medida devido a onda de ataques a caixas eletrônicos
Quem sacar uma nota marcada de terminais só poderá ser ressarcido se comprovar operação na agência bancária
EDUARDO CUCOLO
DE BRASÍLIA
As cédulas marcadas de
tinta rosa pelos dispositivos
antifurtos de caixas eletrônicos perderam a validade em
todo o país e não podem mais
ser trocadas nos bancos.
Desde ontem, quem pegar
esse dinheiro não é mais ressarcido -exceto se o correntista tiver sacado a nota manchada de tinta rosa de um
caixa eletrônico.
A nova regra foi anunciada
ontem pelo Banco Central,
com objetivo de dificultar a
circulação de notas roubadas
por conta da onda de ataques
a caixas eletrônicos.
Neste ano, apenas no Estado de São Paulo, ocorreram
77 ataques a terminais eletrônicos feitos por quadrilhas
que incluem até policiais militares. Na maioria dos casos,
os bandidos usam explosivos
para abrir os caixas.
Como resposta aos ataques, os bancos instalaram
dispositivos de segurança
que inutilizam as notas ao
manchá-las com tinta rosa.
Há hoje cerca de 75 mil cédulas em circulação com essas características, segundo
estimativa do BC. Representam menos de 0,1% das 4,2
bilhões de notas disponíveis.
As manchas podem cobrir
um pedaço grande da cédula
ou apenas a lateral. Em geral,
a tinta atravessa o papel
moeda e aparece também do
outro lado da nota.
Quem receber uma cédula
com essas características deve levá-la a um banco. O dinheiro será encaminhado ao
BC para análise.
A nota só será trocada se
for verificado que a mancha
não é do sistema antifurto
-se for marca de caneta, por
exemplo. Caso contrário, não
haverá ressarcimento.
Já quem sacar uma cédula
marcada deve retirar um extrato para comprovar a operação e procurar a agência.
Se o saque for feito fora do
expediente bancário, deve-se registrar um boletim de
ocorrência e ir à agência para
receber uma nota válida. A
pessoa pode ainda procurar
o BC, se a questão não for resolvida pelo banco.
Questionado sobre a possibilidade de uma pessoa receber o salário em dinheiro
com uma nota marcada, o diretor de administração do
BC, Altamir Lopes, afirmou
que é preciso atenção. "A recomendação é que ele tenha
cuidado ao receber o seu salário, que não receba esse tipo de cédula."
Em todos os casos, o cidadão pode ser investigado. Ao
entregar a nota ao banco, deve informar número do CPF,
documento de identidade
com foto e endereço.
Se o BC identificar a cédula
como ligada a furtos, o dinheiro será encaminhado para as autoridades policiais e
judiciárias. Quem repassar a
nota no comércio também
pode ser investigado.
A norma do BC só prevê
ressarcimento para os bancos, quando o dinheiro for
marcado por acidente ou em
caso de roubo frustrado.
Há duas semanas, o BC divulgou comunicado no qual
afirmava que o cidadão seria
ressarcido. Ontem, diretores
do BC negaram ter mudado
de posição sobre o assunto.
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