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TRANSPORTE
Cerca de mil veículos, segundo a PM, aumentaram congestionamentos ao participar de ato pela isenção de impostos
Protesto de perueiros piora trânsito em SP
DA REPORTAGEM LOCAL
O trânsito na cidade de São
Paulo ficou ainda mais lento durante quase toda a manhã de ontem por conta de uma manifestação organizada por entidades que
representam motoristas de transporte escolar. Segundo a Polícia
Militar, cerca de mil veículos participaram do ato, cujo objetivo era
pressionar as autoridades a isentar esses veículos do pagamento
de vários impostos.
O número de participantes surpreendeu até mesmo os organizadores do protesto, que estimam
existir cerca de 8.500 perueiros escolares regularizados na cidade.
Apesar das ameaças de radicalização, não houve incidentes.
O pico de lentidão foi às 9h,
quando a categoria se concentrou
no Anhembi (zona norte). Foram
88 km de congestionamento. Segundo a CET (Companhia de Engenharia de Tráfego), a média para o horário é de 51 km.
Às 11h30, quando a média de
lentidão é de 33 km, foram registrados 78 km. Nesse horário, os
manifestantes se dirigiam ao Palácio do Anhangabaú, sede da
prefeitura. Segundo a CET, além
do ato, uma obra na marginal Pinheiros e blitze da polícia em diversas regiões da cidade contribuíram para piorar o trânsito.
Na sede da prefeitura, o grupo
entregou pedido de isenção do
ISS (Imposto sobre Serviços). Depois, seguiram para o Palácio dos
Bandeirantes. Lurdinha Rodrigues, presidente da Federação
Nacional dos Transportes Escolares (Fenatresc) e do Sindicato Estadual dos Transportadores Escolares (Simetesp), afirmou que foi
agendada uma reunião para discutir a isenção do ICMS e do IPVA sobre os veículos.
Além disso, ela disse que o governo aceitou a possibilidade de
discutir que as peruas escolares
transportem universitários -o
que a EMTU (Empresa Metropolitana de Transportes Urbanos),
atualmente, não permite.
Segundo Amaro Gurgel, advogado da Fenatresc, os transportadores escolares deveriam ter isenção dos dois impostos "da mesma
forma que algumas categorias já
têm". Por exemplo, são isentos do
ICMS os taxistas autônomos, e do
IPVA, os ônibus urbanos. Ele estima que as isenções poderiam garantir uma redução de até 40% na
compra de novos veículos.
Embora tenha considerado positivo o saldo da manifestação,
Lurdinha Rodrigues manteve
marcado um protesto para o dia
13 de julho, em Brasília. Ela quer
pressionar pela aprovação de um
projeto, dos vários que tramitam
no Congresso Nacional, para redução do IPI desses veículos. "Se
acharem que nós estamos brincando, faremos manifestações
mais radicais e com mais gente."
Sem transporte
Por conta da manifestação, a
educadora Maria Aparecida Mendes de Souza, 47, preferiu deixar
os dois filhos em casa ontem.
"Preferi deixar os dois em casa
por medo de acontecer algo com
eles." Ela paga R$ 110 por mês para que os filhos -um menino de
nove anos e uma menina de
seis- sejam levados até as escolas
em que estudam, na zona leste.
Já Mercedes Albuquerque Barone, 51, teve de ir sozinha buscar os
dois netos (uma menina de oito e
um menino de nove). "A mãe deles levou, e eu tive de ir lá pegar."
Segundo o Procon, clientes de
transporte escolar que tenham sido lesados pela paralisação podem pedir um abatimento proporcional ao dia perdido no valor
total pago pelo serviço e de pedir
indenizações por eventuais prejuízos -caso dos pais que tiveram de usar táxi para levar a
criança ao colégio.
Colaborou o "Agora"
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