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SEXO NA INTERNET
Segundo promotores do Rio, rapaz filmou cena de sexo com menina, quando ela tinha 15 anos, sem ela saber
Jovem é suspeito de exibir namorada em site
JOSÉ MESSIAS XAVIER
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA, DO RIO
Dois jovens de classe média,
ambos de 17 anos, são suspeitos
de produzir e divulgar pornografia infantil na internet. Um dos filmes, apreendido ontem por promotores do Ministério Público
Estadual nos apartamentos dos
rapazes em Botafogo (zona sul do
Rio), exibia cenas, feitas há dois
anos, onde um deles mantinha relações sexuais com uma menina
-na época sua namorada.
A garota, de acordo com o Ministério Público, não sabia da gravação. Ao descobrir recentemente que suas imagens estavam sendo divulgadas em sites de vários
países, incluindo Noruega e China, acionou a Promotoria, que
deu início às investigações.
O filme foi gravado por meio de
uma webcam instalada no computador do rapaz. Aceitando um
convite para visitar seu apartamento, a menina entrou em seu
quarto e ambos fizeram sexo. Um
primo do jovem estava escondido
e preparou o equipamento, que é
de sua propriedade, sem que ela
percebesse a gravação.
O jovem aparece na filmagem
fazendo sinais de aprovação em
direção à câmera durante o ato sexual. Em determinadas cenas, diz
em voz alta que está gostando.
Colegas viram
O rapaz colocou o filme na internet e, há dois anos, as cenas circulam por diversos sites. Colegas
de escola da menor também viram o filme.
Há duas semanas, a jovem procurou o promotor Romero Lyra,
que abriu uma investigação sobre
o caso. Ontem, com as casas dos
jovens localizadas, os investigadores do Ministério Público fizeram a apreensão de vários filmes e
imagens pornográficas. O rapaz
aparece em pelo menos cinco filmes, que estão gravados em seu
computador.
"Encontramos dezenas de outros filmes e fotos de pedofilia.
Vamos periciar o computador para ver o que encontramos. Também apreendemos o computador
do amigo, que participava dos filmes", disse Wanderley Abreu,
chefe da Coordenadoria de Investigações de Meios Eletrônicos do
Ministério Público do Rio.
Todos os envolvidos estudavam
em colégios de classe média alta
da zona sul do Rio. Os dois rapazes serão enquadrados no Estatuto da Criança e do Adolescente
por produção e divulgação de
pornografia infantil, em processo
aberto na 2ª Vara da Infância e da
Juventude, mas responderão em
liberdade. Eles ainda não foram
ouvidos sobre o caso.
A família da jovem entrará com
processo contra eles por danos
morais. A mãe da menina disse
que ela quer mudar de escola, entrou em depressão e chora todos
os dias.
"Eu acho isso algo muito grave.
Não sei o que eles queriam com
isso tudo. Realmente, eles não
tem têm noção, porque atingiu a
família toda. Nós não estamos nada bem", afirmou ela.
Segundo Wanderley Abreu, sua
divisão, atualmente, tem 150 investigações em andamento, das
quais 105 são referentes a casos de
pedofilia via internet.
"O problema maior é que os jovens que têm sua imagem divulgada em cenas de sexo pela internet ficam marcados para sempre.
No caso do filme que apreendemos ontem na casa do rapaz, será
impossível retirá-lo da rede, pois
ele virou uma espécie de cult entre
os pedófilos e circula nos mais diversos sites, desde estrangeiros
até nacionais. Nós o encontramos
em páginas de luta livre e até no
Orkut", disse Abreu.
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