São Paulo, domingo, 02 de julho de 2006

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Promoter de funeral cuida de requintes

DA REVISTA DA FOLHA

Quem escuta Maria Aparecida falando ao telefone pensa que ela está organizando uma festa daquelas. Castiçais de prata, tapetes persas, flores importadas, esculturas, pianista, saxofonista e, olha o requinte, chuva de pétalas caindo do céu. Mas é de velório que se trata -Maria é promoter de funeral.
A ocupação inusitada foi descoberta por acidente, na metade dos anos 1980, quando trabalhava como vendedora de jazigos e uma cliente, uma viúva desarvorada com a morte do marido, sem filhos nem parentes em São Paulo, lhe pediu ajuda para organizar o velório. Maria Aparecida providenciou os documentos, escolheu o caixão, a roupa do falecido e fez a decoração do velório. Gostou da experiência e descobriu que dava mais dinheiro do que vender túmulos.
Desde então especializou-se no métier, a ponto de montar uma empresa de assessoria de funeral, a Pax Apoio Familiar, com cerca de dez funcionários. Na média, organiza uma média de 40 por mês, a maioria de clientes de classe média alta e alta. "Me chamam e apenas falam o que querem que seja feito", diz.
E podem querer praticamente tudo, do básico -atestado de óbito, ligar para os parentes noticiando o falecimento, colocar anúncio em jornal e convidar até missa de sétimo dia- ao luxo, que inclui música ao vivo, serviço de bufê com garçom, "hostess" para recepcionar os presentes, livro de condolências e até um helicóptero que faz chover pétalas de rosa durante cinco minutos, na hora do enterro. Um serviço assim, digamos, VIP, não sai por menos de R$ 30 mil.


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