|
Texto Anterior | Índice
Promoter de funeral cuida de requintes
DA REVISTA DA FOLHA
Quem escuta Maria Aparecida falando ao telefone pensa que ela está organizando
uma festa daquelas. Castiçais
de prata, tapetes persas, flores importadas, esculturas,
pianista, saxofonista e, olha o
requinte, chuva de pétalas
caindo do céu. Mas é de velório que se trata -Maria é
promoter de funeral.
A ocupação inusitada foi
descoberta por acidente, na
metade dos anos 1980, quando trabalhava como vendedora de jazigos e uma cliente,
uma viúva desarvorada com
a morte do marido, sem filhos nem parentes em São
Paulo, lhe pediu ajuda para
organizar o velório. Maria
Aparecida providenciou os
documentos, escolheu o caixão, a roupa do falecido e fez
a decoração do velório. Gostou da experiência e descobriu que dava mais dinheiro
do que vender túmulos.
Desde então especializou-se no métier, a ponto de
montar uma empresa de assessoria de funeral, a Pax
Apoio Familiar, com cerca de
dez funcionários. Na média,
organiza uma média de 40
por mês, a maioria de clientes de classe média alta e alta.
"Me chamam e apenas falam
o que querem que seja feito",
diz.
E podem querer praticamente tudo, do básico -atestado de óbito, ligar para os
parentes noticiando o falecimento, colocar anúncio em
jornal e convidar até missa
de sétimo dia- ao luxo, que
inclui música ao vivo, serviço
de bufê com garçom, "hostess" para recepcionar os
presentes, livro de condolências e até um helicóptero que
faz chover pétalas de rosa
durante cinco minutos, na
hora do enterro. Um serviço
assim, digamos, VIP, não sai
por menos de R$ 30 mil.
Texto Anterior: Crematório tem mestre-de-cerimônias Índice
|