São Paulo, quarta-feira, 02 de julho de 2008

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entrevista

Beber não está proibido, diz relator da MP

MARIA CLARA CABRAL
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

Relator da medida provisória 415, o deputado Hugo Leal (PSC-RJ) é o responsável pelo projeto que introduziu o conceito de "alcoolemia zero" em todo o país.
A MP, enviada pelo Executivo ao Congresso, tratava inicialmente só da venda da bebida em rodovias federais. Hugo Leal, que está em seu primeiro mandato, é advogado e ex-presidente do Detran do Rio, alterou totalmente a medida, tornando muito mais rígida a pena para quem dirigir após beber.
Católico, o parlamentar diz que gosta de beber, mas sabe da importância da "direção consciente".

 

FOLHA - Por que mudar totalmente a medida provisória e introduzir a "alcoolemia zero"?
HUGO LEAL -
No momento em que a MP que tratava especificamente da venda de bebidas nas estradas chegou à Câmara, fiz diversas audiências para discutir o tema. A gente [parlamentares da Frente Parlamentar em Defesa do Trânsito Seguro] já tinha várias propostas em tramitação. Após os debates, discuti as possíveis modificações com o governo, que se mostrou favorável.

FOLHA - O sr. é contra a bebida? Não bebe?
LEAL -
Não sou contra, inclusive bebo de vez em quando. Mas tenho sorte de ter uma mulher que não bebe. Quando bebo, ela dirige. E acho que se alguém quiser beber, pode beber até morrer, não vejo problema nenhum. Pode beber em casa, quebrar móveis. O problema é dele, faz o que quiser na casa dele. Agora, no momento que ele sai na rua, tem que fixar regras e a mais óbvia delas é que não pode, em detrimento de um direito coletivo, sobrepor um direito individual.

FOLHA - O sr. acha que a restrição ao álcool vai durar?
LEAL -
Tenho certeza que sim. Pega o exemplo do cinto de segurança. Apesar das críticas, todo mundo usa agora. É uma mudança de comportamento, não foi só por causa da multa. Cada vez mais as pessoas vão se conscientizar e as pessoas vão cobrar. Tive o compromisso do governo de mais bafômetros. O governo está investindo na compra, no futuro não vai ter nenhuma viatura sem bafômetro, por isso acho que a lei vai durar.


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