Vítimas foram atingidas ontem após PM tentar impedir roubo a motoboy; dois dos feridos devem passar por cirurgia

Os criminosos estavam em duas motos e perseguiram motoboy no trânsito; PM se escondeu atrás de um vaso de flores para não ser ferido

ANDRÉ CARAMANTE
DA REPORTAGEM LOCAL

Três pessoas foram feridas a tiros ontem à tarde na avenida Brigadeiro Faria Lima, uma das mais movimentadas avenidas da zona oeste de São Paulo, após um PM tentar impedir que um motoboy que carregava R$ 8.000 fosse roubado.
O motoboy Franklin Ventura Torres, 31, havia acabado de sacar o dinheiro de uma agência bancária na própria Faria Lima, quando foi seguido pelos dois assaltantes. Cada um estava em uma moto, com as placas levantadas, e com o rosto encoberto pelos capacetes.
Na altura do número 1.800, Torres fez um retorno e, ainda em meio aos carros parados em um dos cruzamentos da Faria Lima, ele foi abordado pelos ladrões, que o empurraram de sua moto para arrancar a bolsa em que carregava o dinheiro.
Ao perceber a ação dos ladrões, o policial militar Kleber Martins de Araújo, 27, da Rocam (Rondas Ostensivas com Apoio de Motocicletas), tentou evitar o roubo contra o motoboy, mas um dos ladrões disparou seu revólver calibre 38.
Os tiros atingiram três pedestres. Rubens Soares do Nascimento foi atingido duas vezes e terá de passar por uma cirurgia. Os tiros o acertaram na perna e na virilha. Os médicos do Hospital das Clínicas, onde Nascimento e os outros dois feridos foram socorridos, suspeitavam que um dos tiros causou a fratura de sua fíbula (osso na lateral da perna).
Vinicius Vargas de Souza Nori também foi baleado na perna. Até a conclusão desta edição, os médicos avaliavam se a retirada da bala seria benéfica ou se poderia causar mais danos.
Leonardo Sampaio Soares de Lima foi atingido no antebraço. Ainda não estava definido se ele teria de passar por cirurgia.

Atrás do vaso
Para escapar dos tiros disparados pelos ladrões que tentou prender ontem, o PM Araújo se escondeu atrás de uma floreira, instalada na calçada da agências do Citibank do número 1.800 da Faria Lima.
"Não atirei contra os ladrões porque o movimento de pessoas era grande e um tiroteio naquela situação poderia deixar muito mais feridos", disse o policial militar. Integrante de um grupo da PM que faz patrulhamento com motos, Araújo estava ontem na Faria Lima para prevenir roubos contra bancos. Ao fugir com os R$ 8.000, os ladrões deixaram cair um revólver 38, sem numeração.