Mortos na colisão na Linha Vermelha, no Rio, tinham entre 7 e 14 anos; à noite, o motorista foi indiciado por 4 homicídios

Testemunhas disseram que a van seguia em alta velocidade quando bateu em reboque que prestava socorro a outro veículo

DA SUCURSAL DO RIO

Três crianças e uma adolescente, com idades entre sete e 14 anos, morreram ontem quando a van escolar que as conduzia pela Linha Vermelha (via expressa entre a zona norte do Rio e a Baixada Fluminense, na região metropolitana) chocou-se com um caminhão-reboque e capotou. Outros seis estudantes ficaram feridos.
Os estudantes mortos, dois meninos e duas meninas, eram alunos do tradicional Colégio Pedro 2º, da rede de ensino do governo federal, localizado em São Cristóvão (zona norte).
Testemunhas relataram à polícia que a van seguia em alta velocidade quando deparou-se com um caminhão-reboque parado na pista. A serviço da prefeitura, o caminhão socorria outra van, enguiçada.
Após bater no caminhão, a van capotou, arrastando-se por cerca de 50 metros na pista. A maioria dos ocupantes da van foi jogada para fora do veículo.
O motorista da van, Carlos Alberto Rodrigues de Souza, 57, chegou a ser internado, mas recebeu alta no início da noite. Ao sair, ele recebeu voz de prisão da Polícia Civil e foi levado à 37ª DP (Ilha do Governador).
Souza foi indiciado por quatro homicídios culposos (sem intenção) e seis lesões corporais. Para ser libertado, terá de pagar R$ 6.000 de fiança. A reportagem não localizou nenhum representante dele.
De acordo com a delegada da 37ª DP, Leila Goulart, há a suspeita de que a van seja clandestina, sem registro e inapropriada para o transporte de estudantes. Se a informação for confirmada, Souza será indiciado também por exercício ilegal da profissão, disse ela.
Morreram no acidente: Raiane da Silva Souza, 14, Vinícius Lopes da Silva, 11, Esther Reis Fernandes da Rocha, 8, e André Lucas Couto Teles, 7.
Foram divulgados os nomes de apenas cinco dos estudantes feridos: Gabriele Moraes Santos Silva, 10, Pedro Henrique Santos Silva, 10, Taissa Cristine Siqueira Lima, 9, Mateus Couto Teles, 8, e Maria Clara Soares Oliveira, 7. Mateus é irmão do menino André Lucas, que morreu no acidente.
O parente de uma das crianças feridas disse que o motorista prestava serviços à família havia pelo menos cinco anos.
O Colégio Pedro 2º informou que não é responsável pela contratação de veículos escolares.
A instituição enviou ao local do acidente uma equipe de assistentes sociais para amparar os parentes e declarou luto oficial de três dias. Foram suspensas hoje as aulas dos cerca de 3.700 alunos do campus São Cristóvão, em solidariedade às famílias das vítimas.

Colaborou a Folha Online

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