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VIOLÊNCIA
Justiça ouve hoje testemunhas de acusação dos "Highlanders"
ANDRÉ CARAMANTE
DA REPORTAGEM LOCAL
A Justiça em Itapecerica
da Serra (Grande SP) começa
hoje a ouvir as testemunhas
de acusação em um processo
sobre duas das 12 mortes
atribuídas pela Polícia Civil e
pelo Ministério Público Estadual ao grupo de extermínio "Os Highlanders".
O grupo é formado por policiais militares acusados de
decapitar suas vítimas.
Entre janeiro e fevereiro
deste ano, nove PMs, todos
do 37º Batalhão, tiveram prisões preventivas decretadas
pela Justiça acusados de sequestrar moradores de bairros da zona sul de São Paulo,
levá-los para Itapecerica e
decapitá-los.
Ao todo, 11 PMs são acusados de 12 assassinatos -em
cinco deles, as vítimas foram
decapitadas em uma mesma
área isolada de Itapecerica.
Na audiência de hoje, com
a presença dos nove PMs
presos e de outros dois que
respondem ao processo em
liberdade, a Justiça irá interrogar 12 testemunhas chamadas pelos promotores.
Segundo a denúncia dos
promotores à Justiça, os
PMs acusados de integrar
"Os Highlanders" sequestraram Roberth Sandro Campos Gomes, 19, o Maranhão,
e Roberto Aparecido Ferreira, 20, o Bebê, e, "agindo como justiceiros", os decapitaram. O crime aconteceu em 6
de maio de 2008.
O soldado Rodolfo da Silva
Vieira é apontado pela Polícia Civil como chefe do grupo
porque contava com a suposta proteção do coronel
Eduardo Félix de Oliveira.
A defesa de Vieira admite
sua participação no sequestro e decapitações de Ferreira e Gomes, mas diz que ele
cometeu os crimes "porque
foi ameaçado" pelos outros
PMs acusados pelas mortes.
O coronel Oliveira, por
meio da Comunicação Social
da PM, sempre negou manter relação de proteção ao
soldado Vieira ou a qualquer
outro dos acusados.
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