São Paulo, quinta-feira, 02 de julho de 2009

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VIOLÊNCIA

Justiça ouve hoje testemunhas de acusação dos "Highlanders"

ANDRÉ CARAMANTE
DA REPORTAGEM LOCAL

A Justiça em Itapecerica da Serra (Grande SP) começa hoje a ouvir as testemunhas de acusação em um processo sobre duas das 12 mortes atribuídas pela Polícia Civil e pelo Ministério Público Estadual ao grupo de extermínio "Os Highlanders".
O grupo é formado por policiais militares acusados de decapitar suas vítimas.
Entre janeiro e fevereiro deste ano, nove PMs, todos do 37º Batalhão, tiveram prisões preventivas decretadas pela Justiça acusados de sequestrar moradores de bairros da zona sul de São Paulo, levá-los para Itapecerica e decapitá-los.
Ao todo, 11 PMs são acusados de 12 assassinatos -em cinco deles, as vítimas foram decapitadas em uma mesma área isolada de Itapecerica.
Na audiência de hoje, com a presença dos nove PMs presos e de outros dois que respondem ao processo em liberdade, a Justiça irá interrogar 12 testemunhas chamadas pelos promotores.
Segundo a denúncia dos promotores à Justiça, os PMs acusados de integrar "Os Highlanders" sequestraram Roberth Sandro Campos Gomes, 19, o Maranhão, e Roberto Aparecido Ferreira, 20, o Bebê, e, "agindo como justiceiros", os decapitaram. O crime aconteceu em 6 de maio de 2008.
O soldado Rodolfo da Silva Vieira é apontado pela Polícia Civil como chefe do grupo porque contava com a suposta proteção do coronel Eduardo Félix de Oliveira.
A defesa de Vieira admite sua participação no sequestro e decapitações de Ferreira e Gomes, mas diz que ele cometeu os crimes "porque foi ameaçado" pelos outros PMs acusados pelas mortes.
O coronel Oliveira, por meio da Comunicação Social da PM, sempre negou manter relação de proteção ao soldado Vieira ou a qualquer outro dos acusados.


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