São Paulo, quinta-feira, 02 de julho de 2009

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FRANCISCA COSTA (1929-2009)

Dona Kika e as histórias que contava aos sobrinhos

ESTÊVÃO BERTONI
DA REPORTAGEM LOCAL

Kika era uma contadora de histórias para os sobrinhos -ao visitá-los, não esquecia de levar um livro. Mas eles nunca eram suficientes, pois as crianças queriam sempre mais. Não tinha problema: ela inventava uma história nova.
Francisca Costa era filha de Jardim do Seridó (RN). De uma família de 11 irmãos, saiu cedo de sua terra. Sua mãe, viúva e com oito filhos para criar, decidiu se casar novamente e, com o marido, se mudou para Araraquara (SP). Kika veio a SP e arrumou serviço nas Pernambucanas.
Depois, trabalhou na Transaco, firma especializada na venda de ações diretamente ao público, criada pelo publisher da Folha, Octavio Frias de Oliveira. Kika foi sua secretária por 13 anos, após ele e o sócio, Carlos Caldeira Filho, comprarem o jornal. Aposentou-se com 37 anos de empresa. No trabalho, tinha um cantinho para tirar 15 minutos diários de cochilo, lembra a sobrinha Rosana.
Na época em que a Folha criou a seção de anúncios por telefone, era ela quem treinava as telefonistas. Chefiou ainda o balcão de anúncios. Em casa, tinha três papagaios. Um deles aprendeu com ela a gritar "goool do Corinthians". Nos seus aniversários, fazia todo mundo cantar o hino do seu time. Adorava plantas e jogar buraco, diz a irmã Diva. Em 1999, teve um AVC (acidente vascular cerebral) que a deixou em coma por dez anos.
Morreu domingo, aos 79, em consequência de uma broncopneumonia. Não deixa filhos. A missa de sétimo dia será domingo, às 18h, na igreja São Pedro Apóstolo, na Vila Aricanduva, em SP.
obituario@grupofolha.com.br


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