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FRANCISCA COSTA (1929-2009)
Dona Kika e as histórias que contava aos sobrinhos
ESTÊVÃO BERTONI
DA REPORTAGEM LOCAL
Kika era uma contadora de
histórias para os sobrinhos
-ao visitá-los, não esquecia
de levar um livro. Mas eles
nunca eram suficientes, pois
as crianças queriam sempre
mais. Não tinha problema: ela
inventava uma história nova.
Francisca Costa era filha de
Jardim do Seridó (RN). De
uma família de 11 irmãos, saiu
cedo de sua terra. Sua mãe,
viúva e com oito filhos para
criar, decidiu se casar novamente e, com o marido, se
mudou para Araraquara (SP).
Kika veio a SP e arrumou
serviço nas Pernambucanas.
Depois, trabalhou na Transaco, firma especializada na
venda de ações diretamente
ao público, criada pelo publisher da Folha, Octavio Frias
de Oliveira. Kika foi sua secretária por 13 anos, após ele
e o sócio, Carlos Caldeira Filho, comprarem o jornal.
Aposentou-se com 37 anos
de empresa. No trabalho, tinha um cantinho para tirar 15
minutos diários de cochilo,
lembra a sobrinha Rosana.
Na época em que a Folha
criou a seção de anúncios por
telefone, era ela quem treinava as telefonistas. Chefiou
ainda o balcão de anúncios.
Em casa, tinha três papagaios. Um deles aprendeu
com ela a gritar "goool do Corinthians". Nos seus aniversários, fazia todo mundo cantar o hino do seu time.
Adorava plantas e jogar buraco, diz a irmã Diva. Em
1999, teve um AVC (acidente
vascular cerebral) que a deixou em coma por dez anos.
Morreu domingo, aos 79,
em consequência de uma
broncopneumonia. Não deixa
filhos. A missa de sétimo dia
será domingo, às 18h, na igreja São Pedro Apóstolo, na Vila
Aricanduva, em SP.
obituario@grupofolha.com.br
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