Na 1ª vez em que comenta o desaparecimento de Eliza Samudio, Bruno afirma que não a vê "há 2 ou 3 meses"

Segundo jogador, amigo recebeu bebê de Eliza, que alegou "problemas pessoais", e o entregou a sua mulher, Dayanne

Márcia Foletto/Agência O Globo

Bruno fala pela primeira vez sobre o desaparecimento de Eliza Samudio, ontem, no centro de treinamento do Flamengo

DO RIO

O goleiro Bruno Fernandes, do Flamengo, falou com jornalistas ontem pela primeira vez sobre o desaparecimento da ex-namorada Eliza Silva Samudio, 25.
O jogador é apontado pela polícia de Minas Gerais como o principal suspeito do sumiço da garota, que afirmava ser ele o pai de seu filho, um bebê de quatro meses.
Ao deixar o campo no Ninho do Urubu, centro de treinamento do clube na zona oeste do Rio, o atleta foi cercado por jornalistas.
No início, Bruno disse que não falaria por orientação de seu advogado (Michel Assef Filho, também diretor jurídico do Flamengo).
Depois, aparentando tranquilidade, disse que não vê Eliza "há dois ou três meses, quando eu fui conhecer a criança" e que está passando por uma "situação delicada".
"Estou chateado. Estou torcendo muito para que ela possa aparecer. Está sendo constrangedor, não só para mim, mas para toda a minha família", disse.
Foi a primeira vez que ele falou desde que o caso veio à tona, no sábado.
Durante o treino, Bruno sorriu e brincou com outros atletas. Na segunda-feira, ele foi afastado por tempo indeterminado do time e não seguiu para Itu, no interior de São Paulo, onde os jogadores estão em preparação.

TESTEMUNHA
Em Minas Gerais, testemunha ouvida pela polícia em depoimento afirmou ter visto Bruno, Eliza e dois amigos do jogador na piscina do sítio em Esmeraldas, entre os dias 4 e 10 de junho.
Sobre o fato de o filho de Eliza ter sido encontrado com sua mulher, Dayanne, Bruno contou que o bebê foi entregue a ele por Macarrão (Luiz Henrique Ferreira Romão), a quem definiu como "um funcionário".
"Ele acabou me entregando a criança falando que ela [Eliza] tinha deixado com ele para resolver uns problemas pessoais". Ao encerrar a entrevista, Bruno referiu-se à Eliza: "Espero que ela esteja viva".
EXAME
Ontem, laudo divulgado pelo IML (Instituto Médico Legal) apontou a presença substâncias abortivas na urina de Eliza, segundo a polícia. O material foi colhido há oito meses, quando ela foi à delegacia prestar queixa contra Bruno por agressão.
Contudo, uma nova avaliação será feita pelo laboratório toxicológico da UFRJ (Universidade Federal do Rio de Janeiro). O novo resultado deve sair na segunda-feira.


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